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sábado, 31 de dezembro de 2011

2 mil e DOCE



... é tanto a agradecer que chega a encharcar o coração... é um ano denso que se vai embora só no calendário pra ficar pra sempre na memória... muito eu, muitas formalidades, muitos desafios, alguns que sequer já chegaram ao final e contam com janeiro para se encerrarem vitoriosos... muitas horas sem dormir, muitas madrugadas direitianas, muito amor pelas escolhas, muito léo que nunca é em excesso e eu amo, muito família, densa, quente, italiana, muitos que horas são... muitas escolhas, decisões... e muitos, muitos dias em vida, de ser errante, de voz, de grito, de guerra, de luta... de cheiros no cangote, de descoberta.. de enredo, e de autoria pra minha própria história... "Novo Ano...
Mais um ano... Ou seria menos um? fato: eu, vivo...de fé cega e faca amolada sempre... em 2011, 2012, 2013, 2014...até minha própria eternidade. e que as previsões dos maias seja tão somente para as maldades do mundo ... E QUE SEJA DOCE... enjoativo de tão doce...


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

suas doses de esperança, sem gelo, amor!

ok, fim de ano é deprimente, eu sempre acho que é, sempre achei, talvez porque nunca tenha ido passar natal na neve junto com papai noel nem reveillon em copacabana juntos aos fogos....
mas esse fim de ano tem tido um peso de um fardo, um dardo bem no meio do meu coração... comecei terminando a faculdade, e o que para alguns pareceria um alívio, pra mim foi desolador porque terminou a faculdade e começaram os questionamentos: pra onde vou? quem sou? o que vou fazer? como vou fazer??? nenhuma certeza e um puta desalento de ter me tornado um problema social... sim, depois da difícil decisão de ter saído do melhor emprego do mundo pra mim, com o pior salário do mundo com a missão de estudar, o fim da faculdade me tapeou na cara com a verdade: estou desempregada.sou bem vinda ao clube e sei que não estou sozinha... acontece que não é qualquer desemprego, é daqueles em que depois de tanto tempo estudando e se dedicando vc não quer qualquer coisa, vc quer sua profissão.... estou desempregada de alma eu acho, a gente fica meio vazio... minha alma está sem casa, sem trabalho, sem carro, sem dinheiro.... e aquela velha ansiedade líquida de não ser um zero a esquerda nunca... aquele medo das perguntas: - e aí o que vc está fazendo??? e eu vou responder o quê???? estudando???? eu nem estou estudando.. eu estou é sofrendo de morte aos poucos... bem no meio dos meus 24 anos, eu vejo breu... só breu... as páginas de classificados feriaram por causa do natal... nada de novidades no mundo dos negócios por aqui...
e o que resta da minha dignidade não combina com ter emprego arranjado ou ficar sendo sustentada, sempre tive orgulho de ser independente... vai ver é isso... o erro está aí... orgulho!
tudo bem, acontece que por ora não sei o que fazer, não sei aonde ir... nem descansar eu quero... nem levantar da cama eu quero (isso deve ser preguiça...rs.)... nem que leiam meus posts eu quero (quero sim, é só charme..rs.), nem existir eu quero (isso eu ainda não sei se não quero... to lembrando de tanta coisa boa de existir...)... será que estou a beira de uma depressão pós faculdade??? é nisso que dá a festa de formatura ter ficado tão longe do meu calendário ocioso... só em março... e até lá??? o que eu vou fazer???? comer??? JAMAIS... pelo menos não até ganhar 928329874257 quilos de ansiedade...
vou curtir férias/???? minha culpa não deixa.... e eu não quer férias, quero TRABALHO. nem viajar esse ano eu quis... preferi ficar comigo mesma e minhas verdades... depois eu tiro férias... rica e phina...
mas eu queria mesmo era faxinar meus quintais, dobrar as roupas das gavetas e depois ir embora, para uma casa nova, uma vida nova e um emprego novo... mas agora, segundo os gurus da minha vida, é hora de esperar, esperar os balanços do universo chacoalhando as árvores da vida e esperar cair minha maça perdida... (eu sei que é verdade... emprego no Brasil no final de ano, só temporário no mercado capitalista... não é exatamente o que eu quero)
e a oab??? essa foi um golpe mortífero na nuca, quase nocaute no 1.º round... (quase, titubeei mas não caí)
é, eu não passei nessa porra, morri de estudar 3 meses, sem dormir, sem comer, sem viver... e não passei...
bem assim, parece que o cara que corrigiu minha prova, estava de um puta mal humor e resolveu simplesmente se confundir inteiro, sequer lendo minha prova inteira... mas tudo bem, isso parece conversa de perdedor... como se fosse uma desculpa, e embora seja a mais pura verdade, parece que ficar explicando que vc não passou por desídia alheia é como dizer: - hooooo eu não passei porque sou um perdedor...
mas ainda assim eu digo: fela da puta do examinador, fiz minha prova tão bonitinha e o desgraçado nem leu direito, desenhei as letras como numa caligrafia e o energúmeno sequer completou as frases dispostas em enredo... tudo bem, elaborei um puta recurso e vou ficar aqui, até metade do mês que vem, engolindo essa conversa de perdedor e rezando para o próximo desgraçado perceber que minha prova daria sim uma aprovação...
então ate isso, nada de oab, nada de papai noel gordinho, nada de emprego, de dinheiro, de novidades.... meu ano vai começar assim, broxante feito fofoca de piriguete??? de jeito nenhum, por favor... suas doses de esperança, sem gelo, amor!
na verdade, eu mesma estou assim um tanto surpresa comigo mesma.... to capengando pra cá e pra lá, tentando acreditar em uma resposta divina de que tudo tem um motivo... sabe aquele esperança cristã de que dias melhores sempre virão???? é exatamente nisso que tô me apegando.... vai ver é uma válvula de escape, vai ver é uma saída de sobrevivência... vai ver é...
porque além de toda a cobrança interna, ainda tem aquelas comparações que me pego fazendo... (a gente faz mesmo, é até saudável se for equilibrada, se bem que nao ando muito equilibrada ultimamente...rs.) sabe aquelas coisas de: putz, todo mundo passou.... todo mundo está empregado... todo mundo tudo.... eu nada... um sentimento vitimador digno dos covardes... mas esse personagem é meio piegas pra mim...
essa preguiça de tentar melhorar o humor, me fez escrever... ser salva pela letra... correr com palavras.... se é verdade que falar salva, cá estou eu... falando pra uma folha de papel o que meu coração repete toda hora pra mim mesma:
nada de musiquinhas felizes, nada de projetos mirabolantes, nada de planos cibernéticos... só um dia após o outro... uma preguiça de existir e um cabelo que não cresce (eu gosto do corte curto, mas cansei...rs.) e minha familia e amores lindos do meu lado tocando instrumentos e fazendo palhaçadas pra roubar um sorriso. (sim, eu não estou sozinha no mundo, e eles são uns fofos.)
é, baby, nem tudo é felicidade e rosas e coisas lindas... mas também isso é estar vivo... e eu sei que nem adianta ficar esperando notícias a cavalo ou seja lá o que for.... nem adianta ficar se lamuriando que isso só vai encher o saco de quem ainda consegue sentir amor... não adianta ficar sofrendo, é tristeza inútil... bobagem.
sobre tudo ainda tem a pequenez... (de vez em quando a gente é meio pequeno... todo mundo é...) o medo do medo de perder o lugar que eu acho que cativei, o medo de se comparada e sair perdendo, o medo de ser colocada a prova como se fosse pior porque nem bacharel de direito eu ainda estou (a colação de grau é só em março... p.&¨&¨%¨%$%$¨#@@!#), nem emprego, nem oab, nem carro, nem casa nova, e nem meu cabelo cresce... será que ainda vão gostar de mim?? voltei a estaca zero.
mas agora é diferente, é a estaca zero de reveillon... é um nada medroso, medonho... a estaca zero da estaca zero, será que existe zero negativo/??? nada de mestrado, nada de pós, nem editais abertos, todo mundo viajando, festando, e essa porra de festejos de fim de ano que não acabam, eu quero é correria, testes, provas, trabalho, levar meu currículo pra passear, escrever projetos... pedir emprego... eu quero agir... não quero hohoho e felizes ano novo...ninguém trabalha nesse país no fim de ano??? porque as férias tem de ser assim, coletivas???
eu quero os dias úteis de volta... eu quero correria do dia-a-dia, eu quero fogo, não dos infernos, esse andei visitando e desisti de ficar, quero fogo celestial, pra cima, quero empenho, já decidi, vou enfrentar... já que o Brasil só volta a andar depois do carnaval, eu vou por minha charrete pra passear sozinha... vou voltar a estudar pra essa porra de oab de novo, amanhã mesmo, nem que seja só uma horinha por dia, em respeito aos feriados reveilloanos, mas vou voltar a estudar, vou agir, porque acho que nada como ocupação pra apagar essa tal preocupação... sem falar que não vai ser em vão... enquanto meus concorrentes se debatem bêbados equilibristas, vou estar phina, estudando direito civil e xingando até a 13.ª geração de quem inventou oab, mas vou estar estudando, lutando, que combina muito mais comigo do que ficar chorando e reclamando, se bem que nos últimos tempos, teatralizei bem a órfã mexicana... mas agora chega, em respeito aos que me amam, aos que eu amo, e a mim mesma... mesmo porquê ando precisando de uma dose extra de amor próprio... e eu que sou cheia das teorias sobre auto-estima já conclui que é muito fácil se amar quando vc está toda bonitinha cheia de vitórias pra contar, difícil mesmo é ter amor próprio quando a vida te espanca na cara e te deixa cheia de marcas... isso sim é difícil... mas decidi tentar...
então, garçom, duas doses de força aí pra mim, por favor... cowboy, porque quero que desça queimando na minha garganta... que é pra eu aprender que permanecer sóbrio quando a vida te golpeia na cabeça é a arte da vida, é a arte de estar vivo, é viver... o resto é ser empurrado por pequenas ilusões que eu não quero pra mim...
não quero que ninguém me dê emprego pra fazer um favor, quero porque sou boa, quero porque mereço... quero a guerra, quero a briga, quero o sangue quente escorrendo na veia... mesmo que seja réveillon ou o diabo a quatro... foda-se... é hora de agir... sem vergonha de abrir os mesmos livros da antiga 1.ª fase, de encarar de novo a verdade do papel, sem medo de errar... pelo menos isso eu vou tentar... suas doses de esperança, funcionaram, amor!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

então, é natal...

Amanhã à meia-noite volto a nascer. Você também.
Que seja suave, perfumado nosso parto entre ervas na manjedoura.
Que sejamos doces com nossa mãe Gaia, que anda morrendo de morte matada por nós.
Façamos um brinde a todas as coisas que o Senhor pôs na Terra para nosso deleite e terror.
Brindemos à Vida - talvez seja esse o nome daquele cara, e não o que você imaginou.
Embora sejam iguais. Sinônimos, indissociáveis.
Feliz, feliz Natal. Merecemos.


O Estado de São Paulo, 24/12/1995
(Caio F, In Pequenas Epifanias)


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ypsilons, betas e o Grande Olho

 


... porque me faz pensar na ideia da sociedade do hiperconsumo, em Marcuse, dizer que se você não produz lustrosos sorrisos não se enquadra no perfil social valorizável... se você não estiver sempre de bom humor, e sua vida não for límpida, com lacinhos coloridos e lindas histórias pra contar, sem erros, desajustes, sem histórias de bêbados e hérois de rua, vocÊ simplesmente não merece fazer parte da sociedade... que finge uma beleza inalcançável... estética, sexuada, cheia de farsas e débeis integrantes que te cobram felicidade o tempo todo.
Ser triste não é in... ter problemas não é cool... e se você tiver problemas deve postar isso no seu facebook com dizeres de Caio Fernando Abreu que agora virou, junto com Clarice Lispector, as putas da internet... todo mundo, mesmo aquele que nunca leu Morangos Mofados acha que Caio são aquelas frases... tudo bem... eu até acho que misturar Caio e Clarice a bandas Calipso nos post cibernéticos seja algo bastante..., digamos, eclético...
O que sinto inaceitável é essa necessidade de felicidade comprada, de ser bonito, feliz, rico, e porque não dizer descolado??? Vejo tudo isso como uma docilização, um controle... Foucault era um gênio, então???? É... parece que sim... de certo que previra essa massificação barata, aliás, cara, muito cara... totalmente capitalista... uma manipulação criando corpos inúteis e entupindo o mundo de imbecilidades... ah! Orwell, Huxley... profetas sociais???? Ypsilons, betas e o grande olho, tudo junto em pleno natal do século XXI...
E a sociedade fica a procura de respostas, de felicidade, de alívios imediatos... fazendo crescer uma ansiedade visceral de uma gente que não se sente inserido porque não se enquadra nos perfis dispostos... vemos por todo lado gente em busca de saída pra si mesmo sem conseguir olhar para si... sem conseguir se encarar frente ao espelho mesmo porque sequer já tentou algum dia, afinal, enquanto se está se enfrentando a si mesmo, não se pode estar sorrindo e tirando fotos, ou indo em alguma festa idiota... é um momento pra si. Ninguém quer momentos consigo mesmo... consideram triste estar só.
Essa ansiedade por felicidade gera zilhões de pseudo-ilusões que forçam os indivíduos a se sentirem outsiders se não forem como mostra a TV... essa mídia estúpida que ganha dinheiro expondo a vida alheia de duas formas radicais... na primeira as ricas e bonitas celebridades com uma vida de telenovela onde só se vê picuinha e vazio... do outro lado a pobreza, a violência, como a parte podre da humanidade... a mendicância inalterada... os tristes forasteiros sem saída, ora chamados de coitados, ora de monstros... e ninguém quer ser igual a eles, nem eles mesmos, e quando são agem de duas formas: ou se assumem coitados ou monstros...
É o que a sociedade pensa de você como fenômeno social que te diz quem você é... é o labelling approach, a teoria do etiquetamento... é a rotulação social...
É a ansiedade pela felicidade na sua gênese... a repressão da liberdade... o não poder ser quem se é de verdade... a necessidade oblíqua de ser quem a sociedade quer... do contrário a vida fica vazia... sem nexo... sem porquê... e você vira ninguém...



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

... dia de poesia ... (anormalidades normais)


...para ela hoje era uma dia em que se precisava, desde a madrugada, de uma folha de papel em branco, boas doses de poesia e quem sabe até de tequila...
...um dia em que o universo pararia para ouvir os sons dos pássaros no quintal, as vozes ecoando no silêncio bonito de uma manhã quase fria... e o barulho ensurdecedor de uma overdose de pensamentos...
Um caos cá dentro, de Nietzche.... esperando o brilho da estrela claricelispectoriano.. uma manhã branca. Clara. Sem tristezas... só um certo vazio caçoador de um não sei bem quem sou...
Uma volta ao recomeço... a arte dos princípios... a significância das ausências...
A ponte das decisões... a ternura da companhia valorosamente presente em sorrisos e palavras de afeto, porque esssa coisa de não se saber explicar incomoda... a si sim, e aos outros... muito. A ele também... mas pouco... ele é sabido das coisas e tem paciência... cousa desconhecida pra esse coração forasteiro de si mesmo dela... esse músculo frouxo manipulado pelas horas... e um pequeno grande medo da escravidão do tempo...
Não era uma manhã comum... já havia horas... estava acordada de olhos arregalados para o nada. Nem a leis lhe apeteciam... era preciso uma certa pausa... um certo quê de refletir sozinho... uma saudável urgência de poesia...
Ela era menina medrosa e disso já sabia... é que era hora de se enfrentar... hora de encher o peito como ela mesmo dizia e ir em frente... sem medo..... sem medo de gente...
Essa coisa de vazio havia de ser preenchido pela correria... e teria de ser breve...
É que agora, não lhe bastava poucas migalhas, queria o céu porque sabia que podia....
Também sabia que era momento de se fazer, sim, ela sabia... com caio e poesia.
Acordara emaranhada à Nietzsche, filosofia... era seu remédio, era sua magia.
Também sabia que esses eram os melhores dias para drinks baratos e caldos quentes... sabia que era um lindo dia pra tomar boas doses de poesia.
.... porque era momento de preencher o vazio da folha em branco... a de papel e a imaginária... era hora de parar e organizar... recomeçar... conjugar os verbos de colorir... a vida, a folha, o dia... era um anseio de anormalidades... algo normal... e disso ela também sabia...
É que havia uma certa saudade da fotografia... dos longos textos literários... da arte... de pintar quadros, de inventar contextos, pretextos, retóricas... sonetos...
Era um dia para letra e música, era um dia para filmes encolhidos na tardinha... uma caminhada solitária de fim de dia... era dia de ouvir Oswaldo Montenegro e a dança das bruxas... era dia de meditação e música clássica... era dia de pintar as unhas de roxo no sofá... assistir “COMER, REZAR E AMAR” e até chorar se essa for a vontade... era o dia das vontades...
O importante, o mais importante, é que sabia que esse dia passaria, e até isso ela havia de viver... em forma de poesia... começar bem de mansinho escrevendo no papel em branco como ela queria seu dia... e depois... repaginar as ideias... fazer usar o órgão de pensar e recomeçar..., mas amanhã... porque hoje era dia só de poesia!


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

manhã manoelesca

hoje eu desenho o cheiro das árvores em idioleto manoelês...
uma boniteza de caminhos...
manhã de ânsias e passarinhos...
gorjeam bonitos os ninhos...
há muitas verdades nos espinhos...
e força nos carinhos...
hoje eu desenho o cheiro de bom dia em sotaque de para quÊs..

sábado, 19 de novembro de 2011

Poesia-resposta

Poesia dedicada à Pedro Aldone, pelo belo comentário por ele escrito no Jornal Oeste:

"Vós que arrastais correntes
Contaminado pela miopia social
de cegueira branca e mal
hipócritas como só vós podeis ser
que calcula conhecimento em anos
preso à fomalidade dos planos
que desconhece a liberdade da poesia
caolho para o rizoma em magia
vós, de infinitas hipocrisias
que nasceste livre a agora apriosionado como o quê
nada indaga nem investiga os porquês,
mal entenderá essa poesia vestida de resposta para a afirmação ora posta!"



sábado, 8 de outubro de 2011

... outubro



outubro
no teto passos pássaros
gotas de chuva

Paulo Leminski


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Hoje não, baby!!!

Eu adoraria ficar e desperdiçar meu precioso tempo com você, crise, mas, sinceramente não posso, muita coisa acontecendo lá fora pra que eu possa permitir você entrando na minha vida e me tirando a graça de sair correndo contra o relógio e vencê-lo todos os dias. O fato é que meu mundo em mim começa com um silêncio, um motivo e um passo. E tenho me findado antes do tempo, antes do beijo, antes de querer ir. Começo a acreditar nessa nossa descrença por perguntas insistentes, diálogos uniformizados e ângulos únicos. E venho lapidando um pouco mais as minhas decisões. Sei que agora eu quero não estar tão solta, tão boba, tão rara. Quero ser possível, ficar rente e encostar a língua no tempo pra entender o gosto dessa pressa que já não cabe, o quanto de mim estar ali, aqui e em qualquer lugar. Quero entender o meu limite, saber o momento em que eu posso aceitar tantos desencontros e decepções. É. Estou aceitando todas as minhas febres. Aceito que ainda não sei dar espaços e acredito - na contramão de todas as circunstâncias - que, pensar que lá na frente a gente se entende, que a gente se cuida, que a gente se sente, que a gente se bate: salva. Por muito tempo eu fui de muitas respostas e poucos atrasos. Já deixei passar, fingia que não via, que não sabia, que não queria. Já andei com os minutos adiantados. Já peguei muitos atalhos. Minimizei tantos erros. E recolhi inúmeras vontades. Por preguiça ou receio. Para não assumir sentimentos ou por qualquer outro motivo, engoli muitos sapos. Mas agora eu só quero um sinal de qualquer coisa que não queira ir além do meu instante. Aceito qualquer coisa que dure, no meu tempo. Por isso, hoje não, baby, nada de crise, meu relógio é meu maior invento e sou eu que controlo meu tempo, e não há tempo a perder, e nem motivo pra desistir, há ainda um imenso universo esperando o compasso bonito dos que acreditam. Por isso, hoje não, dona crise, estou evitando desperdícios de energia, se é que você me entende. (Priscila Rôde adaptado)






sábado, 17 de setembro de 2011

Linha do tempo

Sozinha em meus minutos de além-mar, um livro me vem a mão, é Rubem Alves, com seu título para mim “A solidão amiga”, começo a ler e minhas mãos ficam incontroláveis em rabiscar os trechos mais amados, o livro está todo rabiscado, folheio o fim do conto e me vem de encontro “A imagem o rosto”, também aqui minhas mãos tentam apalpar o inefável das entrelinhas de Rubem... tão poético, tão humano. Ligo o computador, enquanto as suas luzes se acendem é meu reflexo que vejo, em meio à solidão bonita do sábado místico, o dia de ouvir a minha voz, de eu, matraqueira que sou, ficar no bonito silêncio das palavras mudas dos livros.
Começo o dia amanhecida por pássaros que cantam o nascer do sol, o café da manhã é filosófico, e depois só Rubem Alves como companhia, falando de rostos, de tempo, de solidão.
No reflexo desse meu rosto consigo finalmente assimilar o que a letra poética do poeta mineiro diz: o tempo está passando e cravando em meu rosto, agora menos rechonchudo que o da adolescente que já se foi, agora com as linhas marcadas que separam quem um dia fui de quem agora sou. Essas marcas boas e ruins que só o tempo é capaz de tecer, essa coisa de esboçar meu próprio mundo nos contornos de meu rosto.
Agora esse rosto é reflexo do que já foi escrito nas esquinas da vida, agora existe um belo amor por cada pedaço do meu mundo, como de Rubem, meus objetos (muitos feitos por mim mesma), meus livros (de literatura à direito), meus quadros (que eu venho tentando pintar), minhas músicas (as cantadas e as ouvidas), minhas palavras ( ditas, escritas, cuspidas, gritadas, que ecoam), são todos espelhos onde me vejo, fragmentos do meu rosto que ofereço ao outro, tudo aos olhos que só a solidão de ternura é capaz de enxergar. Volto à Rubem, preciso de seu falar.




quinta-feira, 23 de junho de 2011

Paciência!

"Sê paciente;
espera que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça."

(Eugénio de Andrade)




sábado, 11 de junho de 2011

Desabrochai-vos

E chegou o dia

em que o risco de continuar espremido dentro do botão

era mais doloroso que o de desabrochar.

[Anais Nin]





Constatações obvias me ocorrem a cada nova herança de vida. Sim, mãe, crescer dói, e a vida é mesmo feita de escolhas e cada escolha realmente subentende uma renúncia. Nunca as frases de efeito foram tão eficientes pra mim. Prestes a iniciar um novo ciclo, com uma linda expectativa de que tenha sido a melhor escolha para o melhor caminho. Assim seja!!! Desabrochai-vos!!!


sexta-feira, 3 de junho de 2011

A INCOGNITA


De mim, só se sabe que respiro... e que é ampla a alegria no bater das asas...



domingo, 17 de abril de 2011

O TEATRO MÁGICO

PORQUE A POESIA PREVALECE!!!!!




VEJA:




OUÇA:

http://www.radio.uol.com.br/#/busca/teatro magico


APRECIE:

http://oteatromagico.mus.br/wordpress/blog/2009/10/28/1-amadurecencia/


(amo, porque é forte, bonito e profundo...)



terça-feira, 12 de abril de 2011

Uma questão de ser...


Felicidade é só questão de ser,
Quando chover deixar molhar, pra receber o sol quando voltar.

(Marcelo Jeneci)


domingo, 3 de abril de 2011

A pessoa inteiramente humana.

Numa onde totalmente existencialista...



"A pessoa inteiramente humana mantém um equilíbrio entre interioridade e exterioridade. (...) Interioridade implica que a pessoa se explorou e se experienciou. Ela está ciente da vitalidade de seus sentidos, emoções, mente e vontade; não teme nem desconhece as atividades de seu corpo e de suas emoções. Seus sentidos lhe trazem tanto a beleza quanto a dor, e a nenhuma ela recusa. É capaz de experimentar toda a gama de emoções, da tristeza à ternura. Sua mente está viva, numa busca permanente; sua vontade alcança cada vez mais o que é bom e ao mesmo tempo saboreia o que já possui. Ela se escuta e sabe que nada em seu interior é mau ou ameaçador.
Interioridade implica auto-aceitação. A interioridade significa que essa pessoa inteiramente humana, realizada e funcionando plenamente, não está apenas ciente de seus desejos e atividades físicas, psicológicas e espirituais - ela também os aceita como bons. Sente-se à vontade com seu corpo, com suas emoções, tanto ternas quanto hostis, com seus impulsos, pensamentos e desejos.
(...)
Exterioridade implica que ela está aberta não apenas ao seu interior, mas também ao ambiente que a cerca. A pessoa inteira é aquela que estabelece um contato significativo com o mundo à sua volta. Não só escuta a si mesma, como também às vozes de seu mundo. (...) Ela renasce a cada primavera e sente o impacto dos grandes mistérios da vida (...)"

POWELL, John; "Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? insights a respeito do utoconhecimento, do crescimento pessoal e da comunicação interpessoal; 26. edição; Crescer, 2009. p. 36


... é preciso reconhecer seu lado ruim como parte de um todo que existe em você, suscetível a mudanças, é claro, mas importante para fazer de você quem você é, todas as suas limitações, seus exageros, sua ausência de retórica ou complexidades múltiplas é que fazem de você uma pessoa inteira, que não vive pelas metades, que não ama pelas metades, que não é pela metade. É preciso encontrar o equilíbrio entre fora e dentro, saber dosar as parcelas que falam e as que calam... É preciso encontrar o caminho do meio pra se tornar uma pessoa inteira...



quinta-feira, 31 de março de 2011

Fé Cega e Faca Amolada

Mais um momento auto-reflexivo de como as coisas ruins podem ser de grande valia se temos a percepção de seus significados ocultos.

Estou em um processo de aceitação como vítima da sociedade e portanto, fazendo as mais sinceras e objetivas considerações acerca do que aconteceu.

Os prejuízos são imensuráveis, principalmente os morais. Mas há um também uma certeza de que temos o poder de controlar nossas vidas, decidir aonde vamos, se vamos, decidir com quem vamos, decidir o que comer, vestir, e o mais importante: decidir como reagir aos problemas tão comuns à vida adulta.

É, já dizia minha mãe: - Crescer dói.

Trata-se de um processo longo e doloroso, porém muitíssimo necessário. Aliás, nunca crescemos por completo, sempre estaremos fazendo o feedback entre a criança interior que existe dentro de nós, e o adulto exterior que necessita existir para o enfrentamento do mundo real.

Aliás essa realidade também é por nós criada, isto é, levando-se em consideração a física quântica, inegável e promissora, que nos indica que o mundo é um complexo de energias atômicas que se fundem e fazem o percurso da rota mundial, indo e vindo num efeito borboleta, tudo que acontece no universo tem efeito na vida de todos, mesmo que insignificante. Afinal, energia é energia.

Pois bem, acabei de me recuperar de uma doída pneumonia que me deixou duas semanas de molho, sem ter como tomar partido da minha. No primeiro fim de semana após a recuperação fui assaltada.

É, certamente há um significado oculto nessa onda de coisas negativas (negativas, jamais ruins).

O fato é que estou me sentido incrivelmente bem, embora tudo isso tenha acontecido.

Obviamente que estou com um sentimento de insegurança, de ultraje por ter sido assaltada, mas estou tão feliz de não estar em casa no momento do crime, estou tão feliz porque só levaram o que vieram buscar e deixaram minha vida intacta. Que o ultraje, o sentimento de vingança se desfazem perto do meu sentimento de pena, de dó dessas pessoas (ou pessoa) que fizeram isso. A ponto de fazer com que eu sequer lhe deseje mal, quero apenas que possa haver luz em seu caminho, porque alguém que arromba a porta da vida das pessoas não tem uma vida a proteger e amar. 

E mais, estou muuuuuuito feliz por estar bem, porque os meus estão bem, e porque estou de costas guardadas pelas minhas preces.

Estou realmente feliz, e encantada em poder sentir na pele que a felicidade é um estado de espírito e não depende dos fatores exteriores. Depende muito mais de como vemos os acontecimentos externos, de como fazemos proveito do que acontece conosco.

Então, só posso dizer que cada vez mais estou fortalecida e sentindo uma certeza imensa de que nada vai abalar a minha fé, a minha felicidade e minha fortaleza.

Que as zicas, os invejosos, e todas as energias negativas do universo me perdoem, mas meus átomos são compostos de amor, e amor repele ódio, além de ser intransponível.

A cada coisa ruim, eu tenho o poder de ver uma boa, bem maior em proporção, e a cada acontecimento cresce em mim a força de alguém que confia em si mesmo, confia nos deuses que escolheu para acreditar, nas forças que regem o universo e na harmonia do amor.

Eu não tenho medo do que ainda vai vir, eu não tenho medo das leis universais porque tenho cada vez mais fé e minha faca está cada vez mais amolada!!!

Amém!!! Amém!!! Amém!!!




domingo, 27 de março de 2011

Violaram meu asilo inviolável

Constitucionalmente falando, a casa é um asilo inviolável.

O fato é... Violaram meu asilo inviolável.

Essa noite, ao voltar pra casa depois de algumas horas incríveis com bom som e pouca luz, nos deparamos com um ultraje. Nossa casa foi arrombada. Entraram pela porta dos fundos, sem pedir licença e sem ser meticuloso. Foram direto no nosso coração, levaram nossos notebooks e junto com eles toda uma história de noites acordados fazendo monografias, produzindo textos, desenhando softwares, levaram minha máquina fotográfica velha e amada, e meu celular, velho e amado...

Como eu estou me sentindo? Estuprada moralmente, sem segurança nenhuma e distante de uma vida feliz numa sociedade menos violenta.

Quando acontece com os outros, quando acontece na TV, ficamos chocados, nos sentindo mal e tristes com a verdadeira verdade social. Entretanto, quando acontece conosco o buraco é mais embaixo. Nos deparamos com a realidade nua e crua que todos estamos suscetíveis à violência e que somos parte dela, causa e efeito.

Obviamente que o furto ocorreu pelas mãos de um drogadito que vai transformar nossas noites de estudo em paradinhas de alguma coisa ou que vire fumaça ou que vire carreirinha. É realmente triste saber que o bandido sequer ter noção de que ali naqueles arquivos estão nossas fotografias recortadas, nossas lembranças de viagens, tempos vividos, pessoas amadas. Mal sabe o malandro que ali estão nossos futuros profissionais como pesquisadores ou web designers. Mal sabe o drogadito que aquele aparelhinho velho de celular era o pupilo de meu pai que adorava aquelas teclas velhas. Mal sabe o delinqüente o valor moral das nossas memórias.

Sem qualquer dúvida hoje mais do que nunca me sinto péssima de talvez um dia ter contribuído para a máquina do crime de alguma forma, sendo corrupta ou desonesta em alguma coisa.
É trágico saber que de alguma forma podemos também ser os culpados pela fragilidade de nossa segurança. Uma sociedade doente só pode produzir indivíduos adoentados e cá estamos nós narrando a última noite como vítimas. Essa é a verdade da sociedade.

Aonde se escondeu nossa segurança? Aonde está nossa liberdade? Quem são os presos na verdade?

É o início de mais um apanhado de reflexões acerca do meu papel no mundo como futura jurista.

Sinto-me revoltada por saber que a verdade entra na nossa vida arrombando portas.

Esse post vem recheado de indignação e ultraje. É só o primeiro desabafo de quem ainda não tem as idéias no lugar...É um post sem fotos, somente com fatos...





quarta-feira, 23 de março de 2011

Pequenas lições diárias de uma pneumonia



Depois de duas semanas de molho, alguns quilos a menos, muita febre e dor, pude ter a certeza de que pequenas lições nos são dadas todos os dias. E confesso que esta danada da pneumonia que me pegou me ensinou muitas coisas.
Primeiro: Ai que saudade da minha mãe! Como as mães são sábias farmacêuticas e médicas, fazem a melhor comida do mundo e ainda te enchem de mimo e carinho... Estou doente de saudade da minha...
Segundo: Escolhi o cara certo pra ficar ao meu lado, ninguém teria tanta paciência (depois da minha mãe, é claro!), ninguém seria tão amoroso e cuidadoso. Ele realmente me deixou ainda mais apaixonada por seus dotes culinários de cardápio pra gente doente, por seus carinhos de madrugada acordada, por suas brigas me mandando tomar o remédio ou fazer a tal inalação.
Terceiro: Eu amo meu trabalho. Estou sentindo uma tremenda falta da correria de todo dia. Dos almoços corridos e das seis horas diárias de processos, ar-condicionado congelante e muitas leis. A coisa tá tão séria que to me sentindo culpada de não ir, embora esteja de atestado médico e esteja sendo obrigada a faltar diante da gravidade da doença que é a pneumonia. O fato é que trabalhar nos faz sentir realmente útil e eu estou me sentindo um pouco mais vazia por não estar indo, ao mesmo tempo que estou amando poder ficar em casa, curtir meus gatinhos e cuidar de verdade da minha casinha.
Quarta: Mais uma vez fui vítima de erro médico, na verdade "erro médica", que me diagnosticou como se eu tivesse com virose deixando que a infecção tomasse conta do meu pulmão mais uma vez. Se bem que virose é mais parecido com pneumonia do que infecção urinária como o médico diagnosticou da outra vez. A sorte é que da outra vez o médico passou um antibiótico de largo espectro que tratou a infecção pulmonar. Dessa vez, que eu nem sei dizer se foi menos ruim, de tão ruim que foi, fiquei tomando um remedinho besta que atacou meu fígado e me fez vomitar mais do que quando a gente mistura vodka com cerveja e vinho. O bom é que finalmente passei por um médico decente que me pediu zilhões de exames e me fez ficar internada, aí sim o bicho pegou pra cima dessas bactérias fdasdKSFJHGDAJHFGSDGFHSGKDSJHGFXXX23982479765.
Overdose de lições...
Ok. Eu não vou ficar enumerando todas elas. Obviamente que se fôssemos enumerar as aprendizagens de duas semanas de férias obrigatórias, não tão prazerosas assim, 1.000 linhas seriam pouco, mas as lições mais importantes vieram de poder estar em conexão comigo mesma, dar um chiliquinho básico de fim de doença e ainda poder refletir o quanto é importante termos saúde.
É isso, a minha maior lição foi essa. Estar vivo me parece muito mais legal e atraente do que ir embora dessa existência por causa de seja lá o que for.
Durante esses dias, e diante de toda a dor que eu estava sentindo, me peguei muitas vezes pensando o quanto a vida é frágil, o quanto estamos suscetíveis à morte e o quanto é especial estar vivo. Pode parecer exagero, mas pra quem já está na segunda pneumonia em mais ou menos quatro meses, vai dando um medinho de não estar aqui pra contar como foi nunca mais pegar a maldita. Ainda mais depois de notícias de conhecidos que morreram da doença ou que estão na UTI.
Hoje, depois de um dia inteirinho em casa de molho, fazendo as coisas mais fúteis do universo como ficar na internet, ou fazer coisas boas como ler um pouquinho sobre George Gurvith ou ouvir Os Mutantes, só posso agradecer por ter mais um dia, por ter mais vários dias, por existir, por estar viva e ser tão feliz, ter a família maravilhosa que eu tenho, com irmã e mãe ligando quase que toda hora preocupadas, e por ter podido escolher para estar ao meu lado um cara que é capaz de reconhecer quando o choro é de dor e não de exagero.
O fato é que me sinto muitíssimo honrada por estar aqui agora, sentada na minha cama escrevendo, viva, feliz e finalmente livre da pneumonia (quer dizer, amanhã é dia de médico, veremos se já está tudo em ordem)...
A questão é que a vida traz coisas muito, muito, muito boas e coisas ruins como ficar muito doente e mal poder tomar o próprio banho, mas de todas elas há que haver um motivo, há que haver um aprendizado, há que haver uma coisa boa.
A minha coisa boa é que posso valorizar ainda mais as pouquíssimas pessoas que estão do meu lado, e posso ficar muito, muito, mas muito mesmo feliz de estar viva e de ter saúde.
Não pude deixar de pensar nas pessoas que eu conheço que tem alguma doença grave e que me parecem as mais felizes do mundo como minha amiga Fran, por exemplo, que tem um tipo raro de lupus e foi até embora aqui da cidadícula pra ficar mais perto do hospital aonde faz tratamento. Ela é, eu acho, a pessoa mais feliz que eu conheço. Acho que pude descobrir que pra ela, estar vivo é o grande motivo, não precisa haver mais nada. Não precisa de mais nada. Esse é o presente: ESTAR VIVO!
Também pensei muito em o quanto nossa vida é frágil, e prometo tomar vitaminas todos os dias a partir de agora, e comer bem e não pegar chuva e me cuidar pra valer. Eu ainda vou ficar doente algumas vezes, eu acho, mas não quero de jeito nenhum que a culpa seja minha. Isso é uma puta falta de respeito com esse presente que nos foi dado: a vida.
Bom, pra mim é o seguinte: de pneumonia já chega.
To com um medinho danado e quero mais é cuidar ainda mais de mim, da minha vida, dos meus e da minha saúde.São as pequenas lições diárias de uma pneumonia. 

sexta-feira, 4 de março de 2011

Sacudindo o tédio

Carnaval é Tédio Sacudido!!!
(Anderson Thiago Sampaio)





E eu....
...sem tédio pra sacudir, porque FELICIDADE não entedia...

Me preparando pra fugir da folia... indo buscar paz e serenidade em boa companhia.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

U 'n Me


"Não me lembro mais qual foi nosso começo.
Sei que não começamos pelo começo.
Já era amor antes de ser."
(Clarice L.)



Prestes a completar os mais lindos 3 anos da minha vida, de uma vida que se iniciou quando você chegou...
sabe...


Antes de você era tanta coisa errada, que pensando bem, antes de você não era nada...!


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

D'as coisas





sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sweet Jardim

Tiê - porque eu já tinha ouvido falar e agora me encantei... de uma leveza incrível e uma sutileza de fazer sorrir a alma.

VEJA:



"Faz que desamarra o peso das botas e fica feliz." ♫


OUÇA:

http://www.myspace.com/tiemusica


APRECIE (um sweet jardim):


http://www.lastfm.com.br/music/Ti%C3%AA


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Mulher Desdobrável

COM LICENÇA POÉTICA


Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado para mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou tão feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

— dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

Já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.
(Adélia Prado)


Ah, se sou...
E ando desdobrando-me em mais do que pensei ser capaz... estudante de manhã, e daquelas meio Nerds e tudo... estagiária, psicóloga, assistente social e jurídica à tarde... atendendo zilhões de pessoas com um amor tão grande que nem sabia ser meu... esportista às 2.ªs, 4.ªs e 6.ªs, malhando horrores e criando massa mais rápido do que menino tomando bomba... às 3.ªs e 5.ªs, a sagrada prática religiosa incrivelmente completa e forte... aos sábados o dia dedicado à fé... os domingos dedicados a mim... e dentre tudo isso recheio de livros no sofá... artigos que estão na gaveta gritando pra sair... a casa sempre limpa e roupas a lavar... meus filhos felinos e caninos a amar... alguns segredos, impossíveis de contar e um grande amor pra cuidar...
Mulher é desdobrável... Eu sou! 


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Súplica do caminhante do Sendeiro da Vida

Ja faz algum tempo tenho tentado decifrar meus códigos através da tentativa desequilibrada de encontrar o equilíbrio. Confesso que em meio a pequenos êxitos, as falhas me franzem a testa. Sei dizer, sobretudo que dentre todas as descobertas que tenho feito, compreender que não há caminho para a paz, porque ela por si só já é o caminho foi a mais surpreendente e esclarecedora. Perdemos muito tempo esperando que amanhã seja melhor, talvez pela educação católica que nos foi dada de sempre crer na esperança do paraíso, entretanto, você está vivendo o agora, e é agora que tem a oportunidade de mudar sua vida, começando pelos minutos que estão a sua volta no relógio. Mude seu dia pela manhã, mude sua vida pelo momento presente... Certamente há algum entendimento que me foi concedido diante da descoberta incrível de que a vida me está escorrendo pelos dedos e que somente eu sou capaz de levá-la aonde quiser. Atualmente tenho quisto levar minha vida para o caminho mais calmo no ritmo mais lento, não por preguiça, mas para poder apreciar a viagem. Assim, me sinto armada em poder emanar mantras de força e fé e ainda poder dizer em bom e claro tom que preciso de facas amoladas para traçar meu caminho pela vida... Não há como não ser ouvido quando falamos com o coração:



Meu Deus!... Sou um caminhante que viaja pelo caminho que o destino me traçou; em cada passo que dê, ajuda-me a dá-lo em terra firme; faz-me levantar os pés para não tropeçar.
Se encontro obstáculos que não sejam os que eu mesmo me pus, e se existem, prepara-me para vencê-los. Retira de minha mente o pessimismo, enche meu coração de fé; dá-me palavras de alento para aqueles que encontram no caminho, dá-me forças para alentá-los e ajudá-los.
Não permita que meus sentimentos sejam maculados pelo ódio.
Dá-me alegria para saudar o dia!...
Dá-me paz para receber a noite!...
Retira de meus lábios a maledicência e a mentira; ajuda-me a dizer sempre a verdade. A paz que me dás concede-me compartilhá-la com os que me rodeiam.
Dá-me sabedoria para ensinar!...
Dá-me palavras adequadas para corrigir!...
Permita-me Senhor que meu olhar, minhas palavras e meus atos não sejam para ferir a ninguém senão para consolar, para animar e, sobretudo para ensinar, que não tenham motivos para dizer que eu fui seu destrutor.
Permita-me Senhor que em meu caminho meu pé não resvale que esteja firme, que deixe uma pegada impregnada de segurança, de altruísmo e de fé.
Eu sei que no Céu e em minha consciência tenho um pai que me ama, uma mãe que me guia e um Cristo que me salva.

(Súplica do caminhante do Sendeiro da Vida - Oração gnóstica)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O movimento dos antibobagemnaTV


Como sempre um zilhão de coisas sobre as quais quero falar, um milhão de pensamentos acerca de inúmeras coisas.
Gostaria de falar sobre o Rio de Janeiro e a catástrofe mais previsível do universo, ocorrida pela soma de fatores naturais altamente calculáveis, moradia irregular e descaso por parte dos governantes, etc.; também gostaria de falar dos altos índices de alagamentos nas zonas urbanas e rurais de todo o país; gostaria de mencionar inclusive e principalmente o absurdo descaso das autoridades perante a cidadícula que eu habito, ruas esburacadas diante da mais fina chuva imagina após todo esse aguacero de verão; árvores caindo sobre córregos, abrindo imensas crateras em frente à órgãos públicos; lama e mais lama porque metade da cidade não é asfaltada; alagamentos nos bairros, sempre os mesmos bairros, e às vezes uns outros mais, tão previsível e calculável que até uma criança de 5 anos pode dizer: - é, minha rua vai alagar.; De fato há tantos problemas sociais que poderíamos escrever um livro, daqueles de 1.000 páginas... Mas será que escrever faria alguma diferença??/
Sinceramente eu penso agudamente sobre a dor do mundo, crianças abandonadas se misturando à paisagem urbana mal nutrida e drogada dos pedintes; pessoas na linha fina e cambaleante da miséria, cheias de fome e revolta, machucadas por maus pensamentos; há tanta dor e horror que uma hora pensando nisso deixa o mais otimista em depressão profunda, e por isso aprendemos desde cedo: cuide de si mesmo. É o que estou fazendo, muito bem obrigada, aliás, com algumas falhas periódicas pra dar uma emoção na gangorra da vida. Mas tenho pensado muito no quanto a falta de mecanismos hábeis a modificar o pensamento das pessoas faz falta.
Caramba!!! A sociedade é de fato manipulável, já previa Huxley e Orwell em seus sentimentos mais profundos acerca do controle social. Foucault então poderia ser chamado de profeta. De fato eu gostaria de escrever sobre todo o meu sentimento acerca de tanta dor e horror no mundo, mas meus olhos não são capazes de ver tudo e sei que de tão microorganismo que sou é preciso se ater ao que seus olhos são capazes de ver. Espero ainda olhar o universo, e de perto, expandir minha mente inquieta em direção à amplitude, já diz a frase que enuncia este blog: - Eu não tenho paredes, só tenho horizontes... ou qualquer coisa assim. De fato, as paredes me deixam claustrofóbica, quem dirá as parentes mentais, essas devem me dar crise de pânico ou algo semelhante. Pois bem, obedecendo aos dizeres de seja lá quem for que menciona o fato de somente falarmos o que realmente temos propriedade, preciso, devo e quero falar das porcarias da Tv, manipulante e manipualda. PUTA MERDA! Um monte de gente morrendo afogada em água da chuva e a globo falando de amor, picuinha e tramas fictícias com Antônio Fagundes e mulheres gostosas. Também tem o SBT, do quase menos rico homem S, tarado e ridículo, chamando aquela tal de Amanda num sei das quantas de gorda. E o povão adora.
Confesso que de programação em programação, quando a TV é inevitável, recorro aos CSI da vida, ao CQC, e outros programas menos toscos dos quatro canais que pegam em minha TV (é eu não tenho parabólica).
É a manipulação em massa, vedando os olhos da sociedade para o fundamentalmente importante, e traçando novos caminhos na mente. Todo mundo quer ser uma Helena do Manoel Carlos, todo mundo quer ter “Páginas da vida” ou viver em “Araguaia”, isso sem falar de Ribeirão do Tempo com maus atores e uma trama idiota. Tudo isso cegando a população e tirando o foco.
Quando não estamos sentados quase que todo o nosso tempo em frente da TV vendo telenovelas baratas (quer dizer, de baratas não tem nada, são milhões gastos nessas porcarias), estamos vendo os telejornais sensacionalistas que falam dos dramas das pessoas, mas não te impulsionam a ajudar nem te explicam como você pode fazer isso.
(Bom, na verdade o fantástico de domingo usou alguns atores dizendo: -Ajude, faça sua parte doe, bábláblá...)
O que me deixa louca é a ausência absoluta de programação decente e educativa nos canais abertos. Então quer dizer que pra ter uma programação boa precisamos de TV por assinatura:???
Eu acho que isso também é manipulação, força você a querer adquirir essas pequenas anteninhas salvadoras pra te livrar de ver novela na globo, a tarde e a noite inteira. E no domingo então, Faustão, Gugu e agora Ana Hickman e Eliana. Meu Deus acabou o mundo....
Ontem numa conversa delongada e saudável com minha mãe por telefone, estávamos discutindo o quanto a internet tem sido boa. Minha mãe, no alto de seus 56 anos adquiriu um notebook e tem se interado de todas as informações possíveis a maior parte de seu tempo vago. Acho que herdei o ódio de novelas dela...hahaha Ela nunca gostou, sempre que assiste fica xingando os personagens e o autor, confesso que quando assisto Tv com ela até gosto, pelo menos a gente ri...hahahah
Então, fiquei pensando ontem acerca da necessidade de inserção cultural na população, se todo mundo achasse a programação da Tv aberta uma bosta não haveria audiência e em conseqüência eles seriam obrigados a mudar a programação, por isso quero iniciar um movimento: o movimento dos antibobagemnaTV, quem quiser me acompanhar, basta não ligar a TV quando estiver passando uma idiotice dessas, ouça uma música, leia um livro, vá fazer coisas saudáveis, amplie sua mente... O slogan da campanha será: não seja um retardado, mantenha tudo desligado.... hahahaha
Vamos boicotar as TV’s malditas e cheias de programação ruim que ganham dinheiro em cima da desgraça alheia e ensinam a população a fazer tretas pra vencer na vida com suas novelinhas de 5.ª categoria. Se quiser participar, será bem vindo!!!!

A intenção é não deixar essas TV’s fecharem os olhos da população dos problemas sociais que acontecem na cara delas; - bom, a geladeira até pode estragar, mas sem TV eu não vivo - disse uma senhora depois de ter sua casa alagada.
A coisa está tão feia que a água está entrando na casa das pessoas pela porta da frente e elas estão paralisadas sem força para fazer alguma coisa, afinal a novela das 8 acabou de começar...
O que quero dizer é que há um jogo de manipulação em tudo isso, se brincar essas TV’s são dos nossos prefeitos, vereadores, e nem sabemos disso... no fundo eles devem adorar isso, enquanto estamos com os olhos grudados na TV não estamos prestando atenção na direção que está indo nosso dinheiro público.
Há sim um grande controle no que a TV expõe para a população ver, e isso me deixa indignada, na verdade eu até me pego às vezes sentada em frente a TV vendo o Datena falar sobre homens-monstros, asm havemos de não deixar que a TV manipule nosso olhar, que os Big Brothers da vida não nos deixem ver que a coisa tá preta.
Minha intervenção eu faço do jeito que posso, e começo pelo movimento.
Estão todos convidados!