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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

... dia de poesia ... (anormalidades normais)


...para ela hoje era uma dia em que se precisava, desde a madrugada, de uma folha de papel em branco, boas doses de poesia e quem sabe até de tequila...
...um dia em que o universo pararia para ouvir os sons dos pássaros no quintal, as vozes ecoando no silêncio bonito de uma manhã quase fria... e o barulho ensurdecedor de uma overdose de pensamentos...
Um caos cá dentro, de Nietzche.... esperando o brilho da estrela claricelispectoriano.. uma manhã branca. Clara. Sem tristezas... só um certo vazio caçoador de um não sei bem quem sou...
Uma volta ao recomeço... a arte dos princípios... a significância das ausências...
A ponte das decisões... a ternura da companhia valorosamente presente em sorrisos e palavras de afeto, porque esssa coisa de não se saber explicar incomoda... a si sim, e aos outros... muito. A ele também... mas pouco... ele é sabido das coisas e tem paciência... cousa desconhecida pra esse coração forasteiro de si mesmo dela... esse músculo frouxo manipulado pelas horas... e um pequeno grande medo da escravidão do tempo...
Não era uma manhã comum... já havia horas... estava acordada de olhos arregalados para o nada. Nem a leis lhe apeteciam... era preciso uma certa pausa... um certo quê de refletir sozinho... uma saudável urgência de poesia...
Ela era menina medrosa e disso já sabia... é que era hora de se enfrentar... hora de encher o peito como ela mesmo dizia e ir em frente... sem medo..... sem medo de gente...
Essa coisa de vazio havia de ser preenchido pela correria... e teria de ser breve...
É que agora, não lhe bastava poucas migalhas, queria o céu porque sabia que podia....
Também sabia que era momento de se fazer, sim, ela sabia... com caio e poesia.
Acordara emaranhada à Nietzsche, filosofia... era seu remédio, era sua magia.
Também sabia que esses eram os melhores dias para drinks baratos e caldos quentes... sabia que era um lindo dia pra tomar boas doses de poesia.
.... porque era momento de preencher o vazio da folha em branco... a de papel e a imaginária... era hora de parar e organizar... recomeçar... conjugar os verbos de colorir... a vida, a folha, o dia... era um anseio de anormalidades... algo normal... e disso ela também sabia...
É que havia uma certa saudade da fotografia... dos longos textos literários... da arte... de pintar quadros, de inventar contextos, pretextos, retóricas... sonetos...
Era um dia para letra e música, era um dia para filmes encolhidos na tardinha... uma caminhada solitária de fim de dia... era dia de ouvir Oswaldo Montenegro e a dança das bruxas... era dia de meditação e música clássica... era dia de pintar as unhas de roxo no sofá... assistir “COMER, REZAR E AMAR” e até chorar se essa for a vontade... era o dia das vontades...
O importante, o mais importante, é que sabia que esse dia passaria, e até isso ela havia de viver... em forma de poesia... começar bem de mansinho escrevendo no papel em branco como ela queria seu dia... e depois... repaginar as ideias... fazer usar o órgão de pensar e recomeçar..., mas amanhã... porque hoje era dia só de poesia!


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