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terça-feira, 30 de março de 2010

Jardins

"Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores


Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores


Refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores


Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores


Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho


Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho

Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho


Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho


Estou podando meu jardim


Estou cuidando bem de mim"


(Vander Lee)




Porque eu achei maravilhoso e porque tem um pouquinho de mim...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Dialética do meu amor!

Consta nos astros, nos signos, nos búzios

eu li num anúncio, eu vi no espelho,

tá lá no evangelho, garantem os orixás
serás o meu amor, serás a minha paz

Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas
eu fiz uma tese, eu li num tratado,
está computado nos dados oficiais
serás o meu amor, serás a minha paz

Mas se a ciência provar o contrário,
e se o calendário nos contrariar
...mas se o destino insistir em nos separar...
danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas
os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos
profetas, sinopses, espelhos, conselhos...


se dane o evangelho e todos os orixás...
serás o meu amor,
serás, amor, a minha paz


pelos melhores 2 anos da minha vida... sem qualquer exagero ou redundância de plurais...
e pela certeza de que, seja como for,
e digam os astros o que disserem,
nascemos para ficar assim:


juntos...

Porque vc sabe e eu sei o quão vasto e belo é o que sentimos e somos, e o quão forte e doce é o que vivemos e fazemos... "Saiba Almirante que não importa as águas, eu sempre navegarei contigo"...

Feliz Aniversário de nós dois!


quinta-feira, 25 de março de 2010

Justiça e Mídia: um debate que vai além da televisão (caso Isabella Nardoni)


Já se passaram 4 dias e todas as emissoras de TV, umas mais outras menos verdadeiras, aumentam seu IBOPE com o sensacionalismo em cima do roteiro do julgamento do casal Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá.

Confesso que também fico meio estagnada em frente a Tv vendo as informações que são repassadas e pensando o quanto eu gostaria de estar lá pra ver de perto um dos júris populares mais impactantes do país. Afinal também tenho um quê de justiceira e rezo todos os dias para que a justiça possa verdadeiramente ser feita nesse país, primeiro que enquanto futura jurista tenho a obrigação de crer que isso é impossível e de querer fazer minha parte pra que isso aconteça, e depois porque existe um lado humano em mim que abomina a crueldade e a violência, tão rotineiras nos dias atuais.

Mas um fato que tem me chamado atenção verdadeiramente é a comoção da população em busca da tão sonhada “justiça”. Existem pessoas dormindo em frente ao Fórum de Santana só pra ver, nem que seja por minutos, o julgamento mais esperado do ano. E convenhamos que ao esclarecer os fatos que levaram à morte da menina, a justiça brasileira estará mostrando que não se prendem somente ladrões de galinha nesse país, e que a justiça pode ser feita. Isso é algo para esperarmos como quem espera por um milagre, afinal graças ao nosso Poder Judiciário falido é que existem tantos casos de corrupção e intervenção política.

Mas o que de fato tem me indignado não é o andamento longo e moroso do processo, praxe nesse sistema atolado do Judiciário, tampouco o advogado suado do casal que parece esquecer que nossa perícia técnica é uma das melhores do mundo e insiste em criticar o trabalho dos profissionais ou o promotor de olhos baixos que parece não ter se esquecido de muita coisa, mas está sob a mira de toda uma nação e qualquer erro pode ser “fatal”. O que de fato tem me deixado estarrecida são as especulações sobre o caso, e isso se arrasta desde o acontecimento há dois anos atrás, mas agora com o julgamento acontecendo e com toda essa repercussão nacional, as emissoras de Tv estão se dedicando quase que inteiramente ao assunto. Algumas levam juristas renomados para esclarecer dúvidas, o que eu acho louvável, vez que ao menos assim não se contarão tantas lorotas e nem são ditas tantas besteiras. Outras estão fazendo o maior drama novelístico com o caso, editando até vídeos sobre a vida da menina e da mãe, e de fundo fica uma repórter falando coisas que a mãe supostamente teria dito.

É claro que também fico comovida com o caso, tanto que fui levada à escrever sobre o assunto, mas o que de fato me leva a escrever é o sensacionalismo que a imprensa tem feito sobre o caso, e ao invés de passar informações técnicas sobre o assunto e ter um caráter de fato informativo, instruindo a população sobre os trâmites normais dos júris populares de acordo com a lei pátria, insiste em transformar o assunto num show a parte, com personagens chorosos e um enredo dramático.

Na verdade ao que se parece, uma das características mais marcantes da imprensa hegemônica nos últimos tempos é a de incorporar a mesma lógica discursiva dos produtos midiáticos de entretenimento, em particular a telenovela, às notícias. Ou seja, transformam as notícias em novela para chamar mais a atenção do público menos exigente e deixam do lado o que de fato seria importante, que é passar a informação correta, informando a população do que é um júri popular como esse e os porquês de tanta demora.

Por ser um produto midiático enraizado no gosto popular, o jornalismo encontra na imitação da lógica narrativa da telenovela um meio para alcançar públicos e, assim, manter uma certa legitimidade social, uma vez que cada vez mais abandona o seu papel de fomentador do debate público.

Juridicamente o caso é extremamente interessante sim por se tratar de um indiciamento por homicídio doloso em que os acusados são parentes próximos da vítima, ou seja, trata-se de uma modalidade de parricidium* e isso por si só já é de uma intensidade profunda. Ocorre que casos semelhantes acontecem constantemente e a população ainda desconhece o funcionamento do poder pátrio criminalista.

Não pormenorizo a emoção da família em ter uma criança retirada do seu ciclo natural de vida por sei lá quem (ao que parece haverão esclarecimentos hoje). Na verdade considero abominável a atitude do casal “supostamente” culpado em permanecer indicando a presença de um terceiro no apartamento onde tinham gotas de sangue da criança e pegadas do pai em cima da cama que foi usada para arremessá-la do 6.º andar. O que discordo é todo esse condão virtual desnecessário. O caso por si só já tem características que dispensam musicas melódicas de fundo ou frases emocionadas. É um absurdo por si só.

Gostaria de ver um dia a mídia dando informações á população para que todos possam compreender como funciona o sistema penal do nosso país, e ainda, qual o papel de cada jurista num julgamento como esse, e porque demoram tanto todas as ações.

A população merece e precisa estar informada. Precisa conhecer o direito. Precisa ver a ciência jurídica no seu dia-a-dia e se familiarizar com a hermenêutica existente em cada decisão. Porque emoção ninguém precisa explicar, trata-se de algo inato, pré-estabelecido pelas divindades Celestes, mas no código penal não vem legenda explicativa para leigos e a Constituição Federal não é o livro de cabeceira do povo.


 

*Filho que mata pai

segunda-feira, 22 de março de 2010

Terra: Planeta Água

"Água dos rios...



águas da fonte...


o princípio...


que carrega a energia


de onde surge o ser.


de noite, de dia...


segue o horizonte.


água que guarda


ou transporta a vida


águas que movem moinhos...


água doce...


água florida


salgada...


refletida...


que circunda a terra...


que permite a vida...


vem com os ventos do sul...


vem com os ventos do norte....


lava o tempo...


leva a semente...


límpida...


transparente...


transportando a luz e a sorte!


saciando a sede


e nos poupando da morte...

E esse planeta azul, que um dia foi tranquilidade


hoje é anglo-saxã essa imensa azulidade


se instalou a força bruta, motora da iniquidade


apoiando-se em homens-desumanos brotou, floriu e murchou


a nova felicidade, plástico duro de razão


duro metal de sonhos, invocada a força das bombas


para o sentir dar vazão, vagando louco pelos cantos desse mundo cão.


quando secarem os rios, e depois morrerem os animais, e toda a terra enfim


segundo os religiosos ainda haverá parte de mim, de nós, a vagar pelo vazio


planeta, cheio de vermes que não têm mais consistência imagino nossa missão


após o apocalipse, milhares de espiritos vivos a observar a indecencia


depois de tudo que é efêmero nesse, nesse novo tempo que surgirá, somente almas


sem rumos quedarão a observar a imensa estupidez insana, que foi nossa existênca."


(poema de Lui Maldonado e anexos por mim, pela consciência da importância da substância líquida da vida para o ser. Porque se existe uma forma líquida para a vida, ela só pode estar na água... Dia 22 de março - Dia Mundial da Água - para comemorarmos enquanto ela ainda existe...) 



sábado, 20 de março de 2010

Convite à Filosofia ( O senso comum)


O Sol é menor do que a Terra. Quem duvidará disso se, diariamente, vemos um pequeno círculo avermelhado percorrer o céu, indo de leste para oeste?
O Sol se move em torno da Terra, que permanece imóvel. Quem duvidará disso, se diariamente vemos o Sol nascer, percorrer o céu e se pôr? A aurora não é o seu começo e o crepúsculo, seu fim?
As cores existem em si mesmas. Quem duvidará disso, se passamos a vida vendo rosas vermelhas, amarelas e brancas, o azul do céu, o verde das árvores, o alaranjado da laranja e da tangerina?
Cada gênero e espécie de animal já surgiram tais como os conhecemos. Alguém poderia imaginar um peixe tornar-se réptil ou um pássaro? Para os que são religiosos, os livros sagrados não ensinam que a divindade criou de uma só vez todos os animais, num só dia?
A família é uma realidade natural criada pela Natureza para garantir a sobrevivência humana e para atender à afetividade natural dos humanos, que sentem a necessidade de viver juntos. Quem duvidará disso, se vemos, no mundo inteiro, no passado e no presente, a família existindo naturalmente e sendo a célula primeira da sociedade?
A raça é uma realidade natural ou biológica produzida pela diferença dos climas, da alimentação, da geografia e da reprodução sexual. Quem duvidará disso, se vemos que os africanos são negros, os asiáticos são amarelos de olhos puxados, os índios são vermelhos e os europeus, brancos? Se formos religiosos, saberemos que os negros descendem de Caim, marcado por Deus, e de Cam, o filho desobediente de Noé.
Certezas como essas formam nossa vida e o senso comum de nossa sociedade, transmitido de geração em geração, e, muitas vezes, transformando-se em crença religiosa, em doutrina inquestionável.
 
 
 
A astronomia, porém, demonstra que o Sol é muitas vezes maior do que a Terra e, desde Copérnico, que é a Terra que se move em torno dele. A física óptica demonstra que as cores são ondas luminosas de comprimentos diferentes, obtidas pela refração e reflexão, ou decomposição, da luz branca. A biologia demonstra que os gêneros e as espécies de animais se formaram lentamente, no curso de milhões de anos, a partir de modificações de microorganismos extremamente simples.
Historiadores e antropólogos mostram que o que entendemos por família (pai, mãe, filhos; esposa, marido, irmãos) é uma instituição social recentíssima – data do século XV – e própria da Europa ocidental, não existindo na Antiguidade, nem nas sociedades africanas, asiáticas e americanas pré-colombianas. Mostram também que não é um fato natural, mas uma criação sociocultural, exigida por condições históricas determinadas.
Sociólogos e antropólogos mostram que a idéia de raça também é recente – data do século XVIII -, sendo usada por pensadores que procuravam uma explicação para as diferenças físicas e culturais entre os europeus e os povos conhecidos a partir do século XIV, com as viagens de Marco Pólo, e do século XV, com as grandes navegações e as descobertas de continentes ultramarinos.
Ao que parece, há uma grande diferença entre nossas certezas cotidianas e o conhecimento científico.  Então porque nos satisfazemos com o que nos é imposto?
Outro dia eu ouvi uma frase que cabe perfeitamente para responder à esse questionamento: “Existem mais crentes do que críticos porque é mais fácil acreditar do que criar”...
A frase é perfeita para explicar esse fenômeno anti-ufânico, vemos milhões de informações todos os dias, em todos os meios de comunicação, e sequer investigamos se tais informações tratam-se da verdade nua e crua ou se da mais pura enrolação.
Ocorre que não estamos preparados para ir contra o senso comum, temos preguiça intelectual, detestamos ter de parar pra pensar nas coisas.
Nossa educação também funciona baseada nessa lógica, nossos professores nos ensinam as disciplinas seguindo uma rígida didática impositória. Eles não nos ensinam a pensar...
Somos obrigados a decorar datas, fórmulas, conceitos, mas não aprendemos a aprender. Não nos educam para sermos pensadores, nos educam para sermos reprodutores de informações, apenas repetindo o que já foi criado.
Mas merecemos e precisamos de mais do que isso. Precisamos aprender a pensar, precisamos aprender a raciocinar.
Na verdade precisamos de mais senso crítico do que de aceitação.
Não podemos nos conformar com tudo que nos é colocado como se verdade fosse, precisamos verificar a veracidade das coisas e tentar analisar por vários pontos de vista. Quem sabe assim poderemos ter nossa própria opinião sobre a vida e as questões relacionadas à ela. Creio que os grandes filósofos nada mais eram que grandes curiosos que puderam, através de muita pesquisa e análise, compreender o óbvio pelas suas próprias conclusões, quebrando barreiras e indo além do que já havia sido imposto.
 
“Toda unanimidade é burra” (Ufano)

                          MENOS MASSA DE MANOBRA
                                 MAIS MASSA CRÍTICA

quarta-feira, 17 de março de 2010

Composição de Mim

O que me compõe é tudo o que minha alma já viveu.
É tudo o que meu corpo já sentiu.
É o que eu me lembro, sonho, sinto:
Amores, dores... Medos, vícios.
É o que eu crio para mim
E o que eu tiro... Desmorono...
E o que fica é só o verdadeiro:
Componho-me.

O que me habita é tudo o que eu consinto.
Tudo que é intrínseco, eu convivo.
Todos os “eus” me habitam
E todos eles gritam...
Fugas, fogueiras, fuzuês...
Habitam-me todos os sexos...
Crenças, cores, quereres...
E eu não fujo:
Habito-me.

O que eu conheço é o que eu busco
E eu busco só o total...
O que toca fundo, o que tem sentido.
Meio termo, meio passo, meio vivo;
O meio me faz mal.
Quem não se conhece aceita qualquer coisa...
Não conheço o caminho,... Mas hei de seguir...
Não sei do mundo, mas sei de mim:
Conheço-me.

O que eu permito é tudo que me eleva
Se não engrandece, não me acrescenta: desce!
A luz e a sombra me somam, me mostram, me são.
Sou o doce e o veneno, não há o que escolher...
Verso e inverso, yin-yang, eu me completo.
Não me tiro:
Permito-me.

Tudo que minha alma já viveu me compõe
E o que me compõe habita em mim
E o que habita em mim, eu conheço
E o que eu conheço eu permito
E o que eu permito, é.
Eu Sou.
Permito-me!

(Carolina Salcides )


PORQUE  ÀS VEZES SOMOS MULHERES E ÀS VEZES SOMOS DEUSAS...
 

segunda-feira, 15 de março de 2010

Tantos e Tontos...

Tenho vários pensamentos. Tantos que nem sei quantos...
Talvez minha mente seja fértil... Só sei que eles brotam insanos... como ervas daninhas... tinhosos, sagrados e profanos...
E aparecem sem sequer haver alguma razão... Alguns são majestosos, outros afetuosos, existem ainda os extravagantes e os horripilantes. Existem também os convincentes que parecem até a mais pura e sublime verdade, quase enganam a mente...
Eles são tantos e tontos... até me perco... E já perdi as contas de quantos reinos me foram oferecidos para que eu pudesse contar um deles, um desses auto-encontros..
Mas pensamento é bicho esquisito, vivo e arisco... não querem ser descobertos e confesso, talvez nem possam... são rabiscos... São Síncopes de ibiscos...
Eles vêm e está armada a confusão... chegam despudoradamente, sem se preocupar com hora ou ocasião... as vezes seguro-os pra não pularem pra fora e serem vomitados ao chão...
Lugar de pensamento é na cabeça... Lá eles nascem, crescem e são até felizes, riem sozinhos ou se lamuriam e choram lágrimas secas... Só devem tomar o mundo de forma Cabalmente genial!!!
 
Podem ser Uma poesia, Um descontrole, Uma viagem, Um surto, Um susto assustado...
A chave de casa, Um nada, Uma carta, Uma ilusão. Cadê o que foi dito???
O esconderijo, A paisagem, O vento...

Uma frase, Um poema torto, Todo fardo, todo vício,
O salto, o precipício...

No fim, são hospícios despreparados para psicóticos terminais,
Narcóticos traficados para inexperientes corações...
Carinhos transpirados em poros de algodão
Ilusões que sobem pelas veias...

[Injeções letais]

Anestesias gerais! Transformam-se em sua realidade vasta e inventada... afazeres mentais de meias verdades morais...
As vezes excesso de bagagem da viagem interminável dos loucos e insanos.. .
 

E eles são tantos, e tontos...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Eu T Amo

by Arnaldo Baptista

Porque além de criativo, ele é Lóki bicho!!! 
 

quarta-feira, 10 de março de 2010

Velozes e Furiosos


Estou inclinada a acreditar que a selva consegue ser mais harmoniosa do que o trânsito. Ao menos lá impera a lei da sobrevivência. Já no trânsito não há sequer uma lei que funcione. Semáforos, faixas e placas e nada são a mesma coisa. Nem a ameaça de multa consegue frear infratores: há tantos que distribuem seus pontos por carteiras alheias e continuam infringindo as leis por aí! Mesmo assim, não existe de fato um único culpado. No entanto, como tenho uma visão meio ‘a pé’ a esse respeito, minha queixa maior é com os motoristas. Na verdade o que percebo é que grande maioria deles anda em alta velocidade e só pára ao ver outro carro. Obviamente eles não querem estragar a lataria de seus imponentes meios de transporte. Já atingir um pedestre parece ser irrelevante. Por conta disso, atravessar algumas vias torna-se mais difícil que ganhar na loteria (mesmo que haja sinalização) e é preciso mudar a rota para chegar ao destino sem nenhum arranhão. Outra coisa que notei em minhas andanças é que os carros têm saído de fábrica sem setas....rrsrsrs... Há também a teoria de que setas tornaram-se equipamentos opcionais de fábrica, sendo bem mais interessante ter um ar-condicionado do que algo que sinalize qual a direção que o cidadão vai seguir. São tantas as atrocidades dos “portadores” de automóveis que são pequenas as linhas para descrevê-las, mas antes que todos os seres motorizados revoltem-se, devo afirmar que pedestres não são nada fáceis de lidar... Já vi muitos desconsertando o mais correto dos condutores. Alguns pensam que são Indiana Jones, incorporam o personagem, dispensam as faixas, passarelas e sinais e atravessam no meio do nada. Já vi uns tentando até atropelar carros. Incrível! Há ainda o pedestre-adventure que ama esportes radicais e, como não pode fazer rapel nem Bunge jumping durante a semana, resolve parar no meio da pista para sentir a adrenalina. Isso sem sequer menciona as bikes cacerenses, que carregam sozinhas bêbados equilibristas e afins, aliás a cidade por mim habitada é a "Capital da Bicicleta", que eu prefiro denominar de a "Capital da bugrecleta desenfreada". Seria cômico se não fosse trágico! E bastaria que cada um cumprisse seu papel e respeitasse o próximo para que essa selvageria – imperatriz das ruas e estradas – chegasse ao seu fim. Mas creio piamente que isso é uma tarefa árdua demais para os selvagens do asfalto, que manipulam seus veículos como quem manipula uma arma pronta a disparar. O pior, é que poucos têm a consciência de que essa arma é letal, e menos ainda têm a sobriedade de agir com prudência, respeitando não somente as leis do trânsito, mas principalmente as pessoas que circulam por ele. De fato, é a maior demonstração de egoísmo que se pode pensar. Os motoristas, pedestres e afins, pouco entendem de respeito ao próximo, porque na verdade o que falta não é somente atenção por parte de todos que estão envolvidos no trânsito, na verdade falta consciência cidadã... E isso, infelizmente as auto-escolas não ensinam...Enquanto isso não muda, continuemos redobrando nossa atenção pra não sermos mais uma vítima do trânsito veloz e furioso...

domingo, 7 de março de 2010

As casas

Há sempre um deus fantástico nas casas
Em que eu vivo. E em volta dos meus passos
Eu sinto os grandes anjos cujas asas
Contêm todo o vento dos espaços.

Sophia de Mello Breyner e Andresen
Num novo endereço... já com cheiro de lar...  
 

sexta-feira, 5 de março de 2010

E tudo mudou...

O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss

O rímel virou máscara incolor

A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento

A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse

A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse

Os halteres viraram bomba

A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...


Ping-Pong virou Babaloo

O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão

O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping

A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD

A fita de vídeo é DVD

O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email

O namoro agora é virtual

A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street

O samba, pagode

O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico

Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike

Folhetins são novelas de TV

Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato

Chico sumiu da FM e TV

Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe

A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante

O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...

... De tudo.


Inclusive de notar essas diferenças


Porque eu adorei!!!  

terça-feira, 2 de março de 2010

Espaço Lírico

Não amo o espaço que o meu corpo ocupa

Num jardim público, num estribo de bonde.

Mas o espaço que mora em mim, luz interior.

Um espaço que é meu como uma flor


Que me nasceu por dentro, entre paredes.

Nutrido à custa de secretas sedes.

Que é a forma? Não o simples adorno.

Não o corpo habitando o espaço, mas o espaço

Dentro do meu perfil, do meu contorno.

Que haja em mim um chão vivo em cada passo

(mesmo nas horas mais obscuras) para

Que eu possa amar a todas as criaturas.

Morte: retorno ao incriado.

Espaço: Virgindade do tempo em campo verde.

(Cassiano Ricardo)

Porque às vezes algumas pessoas conseguem transcever o que sentimos sem sequer temos contado a elas...  

segunda-feira, 1 de março de 2010

As novas cores do meu mundo...


Ela é um ser em constante desenvolvimento. Um ser multifacetado. Intenso e insano, tentando encontrar a própria verdade, buscando o conhecimento, tentando entender o mundo e as pessoas... O sim e não, o bom e o mau, o longe e o perto, o afastamento e o abraço... Alguém que gosta de se comunicar, ligar as coisas, conceituar o mundo, relacionar, idealizar, entender e explicar. Na verdade, a loucura e a sanidade de braços dados. Múltiplos poderiam ser os seus nomes. Tantos nomes quantas são as coisas que a movem e a definem. Ex-futura astronauta e patinadora...Talvez. Filha, irmã, tia, madrinha, namorada e amiga. Estudante, pesquisadora, anfitriã ou chef de cozinha... Assim ela pisa as ruas do tempo, e já foi louca, princesa e Maria... Talvez, a insensatez e a sobriedade na mesma alma. Por vezes sarcástica, por outras tantas, sensível demais e piegas. Alguém que anda por aí, meio camuflada no mundo, tentando se definir e escrevendo sobre o que encontra no caminho. "Um punhado de bem e um punhado de mal..." exageraaaada, dramática, que acredita em contos de fadas e em tudo mais que faça brilhar os olhos, apaixonada, apaixonante, muuuuito amada, sensível, chata, muuuuito chata, só que com quem a encanta é o doce mais doce, de um sorriso largo... de estrelas nos olhos... Ela dança as fases da lua e o ar rodopia... São brilhos de estrelas na perna e a noite que a estrela anuncia... ainda é de paixões ardentes, das eternas lamúrias de um sorriso complacente... briguenta de 'to de mal pra sempre'... Dos textos longos, quase tratados... de Clarice... Do humano, demasiado humano, do ser temperado, meio doce, meio amargo... hora Nietzsche, hora Foucault... Filha do estranhamento, do rizoma ... que do aroma tece o vento... Tem a solidão do poeta e a paixão da chuva tardia... de Oswaldo, meio lóki... de te amos... De ‘sem você não sei viver...’ De ‘sem você eu nada faria’... Da natureza... alguém de pegar, sentir, tocar, ser.. alguém que faz parte desse infinito, desse todo, de todo esse mistério... Uma só... Um ser de felicidades meio diabólicas... de aleluias infinitas... de um tempo quando... de comidas boas... de dieta sempre... de cabelo loiro... de unhas vermelhas... de saltos altíssimos... “o nervo fremente e vivaz do já”... apaixonada pelo gritante e louca pela velocidade desenfreada do tempo. De plurais, de inconscientes... das alegrias absurdas, e de um coração que cabe os deuses que me oferecem o mundo todo dia... todo mundo... e até 'Plutão' que deixou de ser planeta!!!
Na verdade só mais um coração batendo no mundo!♥ 

E tudo ao seu redor são cores...