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sábado, 27 de fevereiro de 2010

A soma de tudo

Sua arte, a que emana de vc... que sai pelos poros, que exala como se odor fosse, agora é parte de mim.
É parte da infinita parte que agrega meus sentimentos, sentidos, sem fim...
Sua música, sua letra, seu som, pedaços de desabafos musicados, cantados...
Cheios de rima, acordes, solos amontoados...
Sua arte é a parte que faltava, é a parte que precisava...
Afinal, havia de ter música nos meus dias, havia de ter som nas minhas manhãs...
Havia de haver uma parte de mim solta por aí, que pudesse musicar minhas poesias vãs...
Só te peço então, que a força da sua arte possa cumprir o legado, e ir até o fim...
Que toque o louco, o forte, o fraco, o bom e o ruim....
Que prossiga na imensidão do mundo e faça crescer...
Que nos ensine o melhor silêncio e o melhor florescer...
Te peço então que sua arte esteja em mim o quanto mais puder,
e eu te prometo, eu te juro se quiser...
que sua arte é a parte mais bonita da minha infinita parte,
 e é a soma de tudo em histórias em quadrinhos...

  


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Genesis

Eis uma banda de progressive rock que vai além do inusitado.
Pra quem gosta de música misturada com arte visual é um show a parte...
Pra mim, é de longe uma das melhores bandas de todos os tempos, sem falar que as letras (em inglês, é claro) são muito boas, tecem considerações interessantes...
e seguindo a linha psicodelic style...
VEJA:


OUÇA:
http://www.genesis-music.com/


APRECIE (com muita moderação, pra não viciar):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Genesis

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Entre mim e as palavras

É... escrever é para raros e poucos. É um exercício de auto-conhecimento do infinito que há dentro de si, é dilacerar-se em palavras, despedaçar a própria alma e traduzir em palavras os delírios e devaneios. Quem escreve, sente. Concatenar o desconcatenado... Quem sente, expõe as entranhas em pequenas frases desconexas, delitos literários que se comete em busca de compreensão. (...) É encarnar-se nas frases voluptuosas e ininteligíveis que se enovelam além das palavras (Clarice L.) (...) O que é escrito não é inteiramente real, tampouco totalmente fictício.  Há um pouco de verdade em cada emaranhado de palavras, guardo um pouco de mim dentro desses pequenos delírios... A maior verdade da ficção é que a magia existe... Porque pensar é um ato... Sentir é um fato...





 
"Escrever é meu mal, meu vício, meu copo de vinho barato de sexta-feira à noite. É meu país das maravilhas em preto e branco, para onde fujo sempre que o mundo fica pequeno ao meu redor." (Francieli Hess - Memórias Putrefatas)




And I don't Wanna STOP!!!

 


domingo, 21 de fevereiro de 2010

Farelos do discurso doce e amoroso


Não, baby, até o cara que acabou de cortar o dedo no balcão do bar aqui da Augusta, sabe, não sou um cara violento, até o cavaleiro errante que passou no seu pangaré urbano e branco, sabe, não dou tiros para cima quando estou ao teu lado, existe apenas algo patético na minha loucura que pretendo trocar pelos teus lindos olhos e que o troco deixes de inventário para o nosso amor louco, não, não quero sabotar o ensaio de amor, quero apenas cantar refrões sofridos no show do Wander, quero ser um cara legal, te ver trocando de roupas, agoniada com a escolha da blusa, embora nos membros inferiores te baste um jeans com bom caimento e umas havaianas, além da dúvida meteorológica, porque ainda não sabes que te esfrio e te esquento conforme diz a moça do tempo, quero ser um cara legal, esquisito, religioso, que te mira o tempo inteiro e tem a ciência de que não há sequer meio defeito em cima do teu corpo que tanto amo, não, corazón babilônico, embora meu olhar para ti seja um olhar de criminoso, vim apenas fazer um alegre piquenique em tua vida e deixar farelos do nosso doce na grama para a alegria das formigas. (Xico Sá)

Quase tão forte quanto Clarice, mas mais macho... é claro. E um tanto Bukowski...

 

Móveis coloniais de Acaju

Depois de décadas sem sequer ouvir falar de uma banda atual boa, e sempre me remetendo aos progressivos dos anos 70, adorei a new band que vi na TV essa noite, sem falar que o nome é lokíssimo...
procurei mais músicas e PIMBA! a banda é realmente boa. Musicalmente é um mix de Tim Maia e Los Hermanos, mas as letras são bem mais psicodélicas...
então...
VEJA:

OUÇA:


APRECIE (sem nehuma moderação):

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Meu Tempo


Minha sorte está lançada
Eu sou, eu sou estrada
Eu sou, eu sou levada
Eu sou, eu sou partida
Contra o grande nada - lá vou eu!
Ao romper da madrugada
O sol no pensamento
E o tempo contra o vento
E a minha voz alçada
Contra o grande nada - lá vou eu!
"Quem vem lá?" Pergunta a solidão
"Sou eu!"
Sou eu que vou porque o meu tempo nasceu
Entre os ecos do infinito
Eu grito, eu mato a solidão
Eu sou meu tempo, eu vou
A ferro e fogo, eu corro
Eu vou, eu canto e grito: amor!
Eu vou, eu vou, eu canto e grito: amor!


Porque poesia está na alma de quem cria


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Meu tempo é quando



Porque ele era um homem de alma pagã e vida bohemia, mas sabia da beleza da vida e sabia exprimir a boniteza do espírito... Porque ele vem sem sequer esbarrar na poesia que tenho e em tudo que gosto e posso, por vezes até indico, outras, sequer explico, mas de fato gosto mesmo é da poesia que vem de dentro, aquela que nem precisa ter som, ou palavras, ou letras, é o silêncio da felicidade, é o som dos pensamentos, é a música que vem da alma... 

Era...Vinícius de Moraes... 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Pra frente Brasil!!!



O carnaval acabou, finalmente o país pode andar pra frente, porque aqui, como todo mundo sabe, só começa o ano depois do carnaval. Pois bem, embora meu ano já tenha começado antes mesmo da 00:00 do dia 01/01/2010, é necessária a redenção aos foliões... Afinal, como mover um país sozinho, só porque nem se gosta tanto assim do tal carnaval.???...
Enquanto todos estavam tirando suas máscaras, soltando a franga e enchendo a cara, eu andei questionando  muitas coisas, eram dúvidas carnavalescas. Por exemplo, o que de fato, é o carnaval??? Talvez essa seja uma pergunta meio sem resposta pra mim porque nunca fui dada aos "ritos" do catolicismo, mas a história me parece bem interessante. Aí, como uma boa "interneteira" recorri ao "pai dos burros da modernidade", a busca na internet... Claro que a primeira coisa que encontrei foi a Wikipédia, e pra mim foi o bastante... Lá descobri que o tal Carnaval, tem relação com o cristianismo na Idade Média , e significava tipo um "adeus à carne" . A festa "da carne" surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Já que as pessoas iam ter que passar 40 dias de privações, nada mais justo que fazer umas festinhas nos dias  que antecediam aQuarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. Ou seja, o povo queria festar antes de passar 40 dias na "seca"..rsrrsrrs.  É claro que aqui no Brasil, eles levaram muito a sério a festa e fazem disso uma paralização anual, afinal, eita povo que gosta de festa...
Mas esse ano o carnaval teve um quê a mais, pelo menos pra ala corrupção da escola de samba Unidos da Politicagem. Nessa ala, o destaque foi o Governador José Roberto Arruda que teve sua prisão decretada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) no dia 11 de fevereiro.
Confesso que fiquei imaginando que os esforços pra tirar a fantasia de presidiário do nosso mais novo folião encarcerado, seriam arrebatadores. Mas, ao que parece, o carnavalesco ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, gostou do destaque do carro alegórico "É CANA" e decidiu manter a prisão do governador do Distrito Federal.O que, para a maioria dos foliões, inclusive eu, foi uma surpresa maravilhosa de carnaval,e mesmo sem ser natal, trouxe um presente ao país digno de papai-noel.
Bom, contamos com o bom senso da ala "os chefões" para não caçarem a decisão que indeferiu a liminar. Esperamos que o Brasil possa de fato ir pra frente agora que o carnaval acabou sem retrocessos judiciais e tampouco marchinhas que cantem aquele enredo conhecido: "Errar é humano. Culpar outra pessoa é política. "
Clique aqui para ler a decisão do ministro Marco Aurélio.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

CARNAVALIZAR A VIDA...

Porque alegria é um bloco de carnaval que não liga se não é fevereiro... porque há amor, e porque marchinhas de carnaval tocam no meu despertador, e no café da manhã tomo doses diárias de poesia e pílulas de flores e bolas coloridas iluminam minhas tardes. Minhas noites, ah! minhas noites, têm cheirinho de cangote e eu te AMO ao pé do ouvido, notas musicais enfeitando meus passos e luzes psicodélicas de êxtase de amor... É CARNAVAL O ANO INTEIROOOOOO....



"Vem pra minha ala que hoje a nossa escola
Vai desfilar
Vem fazer história que hoje é dia de glória nesse lugar
Vem comemorar, escandalizar ninguém
Vem me namorar vou te namorar também
Vamos pra avenida, desfilar a vida, carnavalizar..."

Lá lá lá..."

(CARNAVÁLIA - Tribalistas) 

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Aviso da Lua que menstrua

(De Elisa Lucinda)


Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofando
cozinhando, costurando e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Vaca e galinha...
ora, não ofende. Enaltece, elogia:
comparando rainha com rainha
óvulo, ovo e leite
pensando que está agredindo
que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!



Porque eu aprecio o que é bom!
 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O vestidinho feio



Ultimamente tenho me deparado com diferentes situações, em tempos também diferentes. Minha mãe já dizia – Os tempos mudaram... Mas, a singularidade de cada caso, não importando seus personagens, permanece inalterada. Aliás, os bons costumes ainda não estão fora de moda, ou estão???  Você pode até achar que sou antiquada, mas não posso me manifestar de outra maneira, senão repudiando o comportamento de certas mulheres.
Claro que as bundas malhadas e bronzeadas que andam por aí, pelos canais pornô-familiares recheiam muito mais as contas de suas donas alvoroçadas que meus esforços contínuos em ser “brilhante”. Ainda assim acho um absurdo ligar a TV no domingo e não conseguir ver nada além de pêlos descoloridos e marquinhas de biquíni. Claro que como uma boa mulher também me rendo à certas vaidades “fúteis” e adoro me sentir bonita, mas eu garanto que meu salário jamais dependerá do tamanho da minha bunda.
 Uma mulher bonita e inteligente hoje em dia além de espécie em extinção, normalmente é tachada de lésbica, feminista, radical e coisas afins. Esse culto ao corpo sem tamanho afasta as bonitas da concorrência do mercado de trabalho e entulha as TVs, os sites de relacionamento, a internet em si e todos os outros meios de exposição em massa. Lá sim a concorrência é monstruosa, e ganha quem tem a cintura mais fina combinado ao maior silicone e com a bunda mais bonita, se tiver um QIzinho (e aqui falo do Quem Indica mesmo) melhor ainda... Bom, melhor pra mim, né???? Pelo menos nos índices de concorrência da vida real os números caem. Entretanto, confesso que o número de mulheres que se encaixam no perfil “bonita e gostosa para a TV” é bem pequeno em relação ao índice de mulheres “normais” batalhando a vida fora dos realitys shows...
Esses tempos atrás, vendo a um dos únicos programas de TV que ainda não usam a apelação bundal para ter audiência, vi o abominável homem do S (Silvio Santos, para os menos críticos...) dizendo à pelada mulher samambaia que bonita como ela era, nem precisava falar. Na ocasião, ela participava de um programa daqueles ridículos em que as gostosas vão cantar, e a samambaiosa não sabia as letras das músicas, o velho babão ficou literalmente babando pelas curvas, confesso, deslumbrantes da moça. Mas, dizer que "Ela é tão bonita que não precisa nem falar", isso me fez comer as unhas. Nossa, fiquei dias ofendida com a aclamação à burrice e aos closes ginecológicos. E então, como se não bastasse o absurdo de ver aquela mulher com algumas míseras folhinhas tampando sua pélvis bronzeada sendo vangloriada por não saber patavinas de nada, me aparece uma outra pelada que, após ser xingada e achocoalhada por nada menos que uma universidade inteira, agora está com o corpo da Carla Perez em seu tempo de “É o tchan” e atrás de um namorado na TV... Sim, estou falando da tal Geisy Arruda, que agora participa de programas de auditório como se fosse celebridade....
É mesmo o cúmulo do oportunismo. Quando vi a cena da universidade, questionei muitas vezes a liberdade de se ir e vir com seja lá qualquer roupa. Afinal, todo aquele estardalhaço foi causado por um vestidinho, que diga-se de passagem era bem feio e escondia apenas umas pernas celulitosas.
Fiquei realmente impressionada com o vandalismo moral que havia ocorrido naquele momento. Mais indignada ainda, quando a UNIBAN, universidade onde aconteceu a epopéia fatídica, expulsou a mocinha do seu corpo de alunos. Como estudante de direito, repensei por inúmeras vezes os direitos fundamentais e toda a parafernália escrita na constituição em seu artigo 5.º. E convenhamos, cheguei à conclusão de que quando algo assim acontece no ambiente escolar, como na universidade, cabe à direção da unidade de ensino tomar, sim, providências imediatas e advertir, sim, a aluna. Entretanto é inadmissível a selvageria dos alunos, e estes devem ser punidos exemplarmente, vez que linchamentos públicos não são toleráveis. Ou seja, discordo totalmente da atitude anarquista dos alunos frente à ex-gordinha mau-vestida, e ainda repudio à postura da Universidade frente aos alunos vândalos e à ela, que deveria sim ter sido punida pela roupa pouco adequada, mas jamais com uma expulsão. Isto é, se essa verdade não tiver sido manipulada pela imprensa, porque esses "debates" comandados pela imprensa são sempre superficiais, privilegiando o espetáculo e a audiência. Por isso, acho que alguns pontos deveriam ficar claros, mas jamais saberemos a verdade. Mas também penso que esse nem é mais o foco da discussão, o que aconteceu na Universidade, pra mim, deixou de ser absurdo frente ao que veio depois, porque pior do que o vandalismo pós-adolescente contra o mini-vestidinho feio, é o fato de que ao invés de aproveitar a oportunidade para defender sim, o direito de ir e vir com qualquer roupinha feia que se quiser, a mocinha de formas fartas fez o inverso, mostrou que aquele exibicionismo leviano em local impróprio, tratava-se apenas de canalhice oportunista e barata. Afinal, a mocinha agora é pupila de um tal Julinho do Carmo, fez lipo-escultura (que confesso não ter ajudado muito), e agora participa de programas de TV como se fosse uma artista e ainda será personagem principal de um programa de caça à namorados. Portanto, o tal mini-vestido que gerou tanta discórdia transformou a Geisy Arruda , estudante universitária e garçonete, em mais uma gostosa da TV. Assim, ao invés de defendê-la, e olha que minha pesquisa na universidade é justamente sobre gênero, preciso, tenho, devo, criticar a atitude oportunista e exibicionista que envergonhou essa feminista aqui.
Com isso que aconteceu, percebi que ao contrário de lutar por liberdade e por um espaço justo frente aos homens, nós mulheres militantes feministas e dos direitos humanos, devemos mobilizar as entidades ara a construção de melhores seres humanos, cidadãos conscientes, em ambientes democráticos, dialogais, participativos, mas regrados, e não apenas para garantir que moças possam exibir coxas supostamente belas.
E para tantos que lançam a pecha de preconceituosos aos que criticam a possibilidade de cerceamento do inadequado vestir (ou despir), e outros regramentos inadiáveis, em tempos de juventude atabalhoada e à deriva, um conselho: nem toda crítica é preconceito, pois nem todo comportamento está acima de qualquer suspeita ou reparo. Romper o senso comum, como aconteceu com a meninota Geisy, em muitos casos, pode ser ato de vanguarda visionária, mas, na maioria das vezes, rompimentos podem ser só irresponsabilidade juvenil mesmo, e ao que parece foi exatamente isso que aconteceu mais uma vez. E essa irresponsabilidade juvenil agora “Geysiana”, cheia de mais bundas e corpos esculturados é sempre preconceituosa, pois entende ser lixo descartável todo o acúmulo civilizatório que permitiu a convivência social. E, pior, combatem na arena não aquilo que de fundamental precisa ser mudado, como a desigualdade social, o individualismo feroz, o consumismo narcisista, o modelo excludente de produção de riquezas, mas apenas aquelas lutas que permitem a cada um contemplar o próprio umbigo (ou as próprias coxas) melhor e com mais conforto. 

Um dia (poema do recomeço)




Uma saudade que quase termina,
Uma luz que clareia e ilumina,
um dia de vida que vira a esquina,
um sonho seria, seria uma sina?

Um tempo que passa pela janela,
um dia de vida à espera dela,
uma mulher divina, toda, tão bela,
um suspiro seria, seria uma tela?

Um dia sem hora, nem fim, nem começo.
Um coração sem teto, nem endereço.
Um dia inteiro ainda mereço?

Um novo dia, um novo começo
Uma nova sina, um novo adereço
Um novo maio, um novo apreço
Um novo dia, um recomeço...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

"A garota do blog"

Passei os ultimos dias olhando para o tal do blog e pensando, “meu Deus será que me rendi a futilidade mais voyerista da internet e me tornei uma “garota do blog”? ( na verdade existe uma série dessas bem norte-futil-americanas que brasileiramente passou a se chamar a garota do blog. Sem mentira alguma, eu nunca vi essa série porque só o nome já me dá enjôos, por isso nem sei ao certo o que é ser uma garota do blog mas mesmo assim fiquei questionando minhas reais intenções  de aderir ao movimento blogueiro. Claro que ao final da reflexão tive certeza que não era me tornar uma “Garota do blog”..(rsrsr). De fato, depois de percorrer vários blogs pela internet, e adicioná-los, é claro, ao meu “Blogomania” entendi que minhas intenções reais não passavam de um exercício de auto-conhecimento e partilha, muito comum aos escritores de gaveta. Bom, pelo menos comum à mim, confesso que já escrevi vários textos e praticamente “obriguei” os mais próximos a mim a lê-los, meu namorado, coitado, é o primeiro à ter que dizer aquele típico “ficou legal”..rsrrsrs. Daí resolvi fazer o inusitado, e me rendi sim ao blog e confesso que achei ótimo. Tudo bem que ainda não me adaptei ao ato de escrever sem saber ao certo pra quem e sem nem ter alguma certeza se alguém lerá seja lá o que estiver escrito, mas acredito piamente que Arnaldo Jabor também já teve essas crises existenciais de escritores de gaveta. Então de escritora de gaveta, passei à escritora de blog e aqui vou escrever sobre as coincidências que deixam a vida da gente mais intrigante. Vou escrever sobre o dia-a-dia, sobre mim mesma, sobre a vida. Então de blog, meu panorama além passa a ser meu divã virtual, pra eu me debruçar e escrever sobre as confusões que tenho em ser uma mulher real (ainda meio menina), cheia de temores e verdades estapafúrdias. Mas sinceramente, ando tão feliz que minha freqüência panorâmica se dará em ritmo de festa e comemoração, eu espero que por um longo tempo, dizem que pra escrever é preciso sentir uma certa dor, eu de alguma maneira concordo que algumas boas músicas são um pulo de cabeça na depressão, mas não concordo com essa afirmação, acho que posso sim escrever sobre os presentes que a vida tem me dado, afinal, sem ironias, a vida vem, sim, me presenteando com pessoas, oportunidades, dias de sol, nuvens douradas, chuva no calor, estrelas, cheiros deliciosos, vento no rosto (e olha que nessa cidadícula que habito o vento é coisa rara), risadas, descobertas, frios no estômago, arrepios, sabores, texturas e tantos outros presentes que não dá para enumerar! Estou muito feliz. E é uma felicidade tão boa de auto-estima inquieta e de uma canção para o corpo e a alma que me darei o presente de começar este ano me livrando de tudo aquilo que eu sequer desconfie que não tem mais significado para minha vida. Esta limpeza das gavetas da minha vida eu iniciei há mais ou menos uns dois anos, e no começo foi um impacto enorme, parecia que algumas coisas já faziam parte de mim. Mas, depois de muitas auto-análises e profundas crises de existência tenho revirado tudo e analisado todas as coisas pra ver se ainda merecem permanecer na minha vida. Trata-se de uma jornada para purificar a alma se livrando de tralhas, como já nomeou outra blogueira de plantão. Confesso que nessa jornada interna, se descobre muitas coisas meio dolorosas, como ter sido enganada por anos por alguém que você considerava sua melhor amiga, e coisas afins... Ou pior ainda, se você descobre que todos os que estavam ao seu redor sequer conheceram quem realmente você é, e agora já é tarde, eles não querem mais saber (isto é, se em algum momento eles quiseram, né?). Bom, mas  talvez essa seja a resposta pra pergunta do motivo que levou à criação desse panorama: MOSTRAR UM CERTO ALÉM DE MIM ...  de quem realmente sou, alguém que ficou meio submersa em noites lisérgicas e dias inúteis, e que agora tem tanta coisa pra comemorar de novas noites adocicadas e dias encharcados de magia cotidiana.
Então, posso ter, de alguma maneira, ter virado mais uma garota de blog, mas não qualquer garota, uma garota de blog animadíssima pra descrever os up grades da vida por aqui, nas malhas do tecido blogueano.