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sábado, 31 de dezembro de 2011

2 mil e DOCE



... é tanto a agradecer que chega a encharcar o coração... é um ano denso que se vai embora só no calendário pra ficar pra sempre na memória... muito eu, muitas formalidades, muitos desafios, alguns que sequer já chegaram ao final e contam com janeiro para se encerrarem vitoriosos... muitas horas sem dormir, muitas madrugadas direitianas, muito amor pelas escolhas, muito léo que nunca é em excesso e eu amo, muito família, densa, quente, italiana, muitos que horas são... muitas escolhas, decisões... e muitos, muitos dias em vida, de ser errante, de voz, de grito, de guerra, de luta... de cheiros no cangote, de descoberta.. de enredo, e de autoria pra minha própria história... "Novo Ano...
Mais um ano... Ou seria menos um? fato: eu, vivo...de fé cega e faca amolada sempre... em 2011, 2012, 2013, 2014...até minha própria eternidade. e que as previsões dos maias seja tão somente para as maldades do mundo ... E QUE SEJA DOCE... enjoativo de tão doce...


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

suas doses de esperança, sem gelo, amor!

ok, fim de ano é deprimente, eu sempre acho que é, sempre achei, talvez porque nunca tenha ido passar natal na neve junto com papai noel nem reveillon em copacabana juntos aos fogos....
mas esse fim de ano tem tido um peso de um fardo, um dardo bem no meio do meu coração... comecei terminando a faculdade, e o que para alguns pareceria um alívio, pra mim foi desolador porque terminou a faculdade e começaram os questionamentos: pra onde vou? quem sou? o que vou fazer? como vou fazer??? nenhuma certeza e um puta desalento de ter me tornado um problema social... sim, depois da difícil decisão de ter saído do melhor emprego do mundo pra mim, com o pior salário do mundo com a missão de estudar, o fim da faculdade me tapeou na cara com a verdade: estou desempregada.sou bem vinda ao clube e sei que não estou sozinha... acontece que não é qualquer desemprego, é daqueles em que depois de tanto tempo estudando e se dedicando vc não quer qualquer coisa, vc quer sua profissão.... estou desempregada de alma eu acho, a gente fica meio vazio... minha alma está sem casa, sem trabalho, sem carro, sem dinheiro.... e aquela velha ansiedade líquida de não ser um zero a esquerda nunca... aquele medo das perguntas: - e aí o que vc está fazendo??? e eu vou responder o quê???? estudando???? eu nem estou estudando.. eu estou é sofrendo de morte aos poucos... bem no meio dos meus 24 anos, eu vejo breu... só breu... as páginas de classificados feriaram por causa do natal... nada de novidades no mundo dos negócios por aqui...
e o que resta da minha dignidade não combina com ter emprego arranjado ou ficar sendo sustentada, sempre tive orgulho de ser independente... vai ver é isso... o erro está aí... orgulho!
tudo bem, acontece que por ora não sei o que fazer, não sei aonde ir... nem descansar eu quero... nem levantar da cama eu quero (isso deve ser preguiça...rs.)... nem que leiam meus posts eu quero (quero sim, é só charme..rs.), nem existir eu quero (isso eu ainda não sei se não quero... to lembrando de tanta coisa boa de existir...)... será que estou a beira de uma depressão pós faculdade??? é nisso que dá a festa de formatura ter ficado tão longe do meu calendário ocioso... só em março... e até lá??? o que eu vou fazer???? comer??? JAMAIS... pelo menos não até ganhar 928329874257 quilos de ansiedade...
vou curtir férias/???? minha culpa não deixa.... e eu não quer férias, quero TRABALHO. nem viajar esse ano eu quis... preferi ficar comigo mesma e minhas verdades... depois eu tiro férias... rica e phina...
mas eu queria mesmo era faxinar meus quintais, dobrar as roupas das gavetas e depois ir embora, para uma casa nova, uma vida nova e um emprego novo... mas agora, segundo os gurus da minha vida, é hora de esperar, esperar os balanços do universo chacoalhando as árvores da vida e esperar cair minha maça perdida... (eu sei que é verdade... emprego no Brasil no final de ano, só temporário no mercado capitalista... não é exatamente o que eu quero)
e a oab??? essa foi um golpe mortífero na nuca, quase nocaute no 1.º round... (quase, titubeei mas não caí)
é, eu não passei nessa porra, morri de estudar 3 meses, sem dormir, sem comer, sem viver... e não passei...
bem assim, parece que o cara que corrigiu minha prova, estava de um puta mal humor e resolveu simplesmente se confundir inteiro, sequer lendo minha prova inteira... mas tudo bem, isso parece conversa de perdedor... como se fosse uma desculpa, e embora seja a mais pura verdade, parece que ficar explicando que vc não passou por desídia alheia é como dizer: - hooooo eu não passei porque sou um perdedor...
mas ainda assim eu digo: fela da puta do examinador, fiz minha prova tão bonitinha e o desgraçado nem leu direito, desenhei as letras como numa caligrafia e o energúmeno sequer completou as frases dispostas em enredo... tudo bem, elaborei um puta recurso e vou ficar aqui, até metade do mês que vem, engolindo essa conversa de perdedor e rezando para o próximo desgraçado perceber que minha prova daria sim uma aprovação...
então ate isso, nada de oab, nada de papai noel gordinho, nada de emprego, de dinheiro, de novidades.... meu ano vai começar assim, broxante feito fofoca de piriguete??? de jeito nenhum, por favor... suas doses de esperança, sem gelo, amor!
na verdade, eu mesma estou assim um tanto surpresa comigo mesma.... to capengando pra cá e pra lá, tentando acreditar em uma resposta divina de que tudo tem um motivo... sabe aquele esperança cristã de que dias melhores sempre virão???? é exatamente nisso que tô me apegando.... vai ver é uma válvula de escape, vai ver é uma saída de sobrevivência... vai ver é...
porque além de toda a cobrança interna, ainda tem aquelas comparações que me pego fazendo... (a gente faz mesmo, é até saudável se for equilibrada, se bem que nao ando muito equilibrada ultimamente...rs.) sabe aquelas coisas de: putz, todo mundo passou.... todo mundo está empregado... todo mundo tudo.... eu nada... um sentimento vitimador digno dos covardes... mas esse personagem é meio piegas pra mim...
essa preguiça de tentar melhorar o humor, me fez escrever... ser salva pela letra... correr com palavras.... se é verdade que falar salva, cá estou eu... falando pra uma folha de papel o que meu coração repete toda hora pra mim mesma:
nada de musiquinhas felizes, nada de projetos mirabolantes, nada de planos cibernéticos... só um dia após o outro... uma preguiça de existir e um cabelo que não cresce (eu gosto do corte curto, mas cansei...rs.) e minha familia e amores lindos do meu lado tocando instrumentos e fazendo palhaçadas pra roubar um sorriso. (sim, eu não estou sozinha no mundo, e eles são uns fofos.)
é, baby, nem tudo é felicidade e rosas e coisas lindas... mas também isso é estar vivo... e eu sei que nem adianta ficar esperando notícias a cavalo ou seja lá o que for.... nem adianta ficar se lamuriando que isso só vai encher o saco de quem ainda consegue sentir amor... não adianta ficar sofrendo, é tristeza inútil... bobagem.
sobre tudo ainda tem a pequenez... (de vez em quando a gente é meio pequeno... todo mundo é...) o medo do medo de perder o lugar que eu acho que cativei, o medo de se comparada e sair perdendo, o medo de ser colocada a prova como se fosse pior porque nem bacharel de direito eu ainda estou (a colação de grau é só em março... p.&¨&¨%¨%$%$¨#@@!#), nem emprego, nem oab, nem carro, nem casa nova, e nem meu cabelo cresce... será que ainda vão gostar de mim?? voltei a estaca zero.
mas agora é diferente, é a estaca zero de reveillon... é um nada medroso, medonho... a estaca zero da estaca zero, será que existe zero negativo/??? nada de mestrado, nada de pós, nem editais abertos, todo mundo viajando, festando, e essa porra de festejos de fim de ano que não acabam, eu quero é correria, testes, provas, trabalho, levar meu currículo pra passear, escrever projetos... pedir emprego... eu quero agir... não quero hohoho e felizes ano novo...ninguém trabalha nesse país no fim de ano??? porque as férias tem de ser assim, coletivas???
eu quero os dias úteis de volta... eu quero correria do dia-a-dia, eu quero fogo, não dos infernos, esse andei visitando e desisti de ficar, quero fogo celestial, pra cima, quero empenho, já decidi, vou enfrentar... já que o Brasil só volta a andar depois do carnaval, eu vou por minha charrete pra passear sozinha... vou voltar a estudar pra essa porra de oab de novo, amanhã mesmo, nem que seja só uma horinha por dia, em respeito aos feriados reveilloanos, mas vou voltar a estudar, vou agir, porque acho que nada como ocupação pra apagar essa tal preocupação... sem falar que não vai ser em vão... enquanto meus concorrentes se debatem bêbados equilibristas, vou estar phina, estudando direito civil e xingando até a 13.ª geração de quem inventou oab, mas vou estar estudando, lutando, que combina muito mais comigo do que ficar chorando e reclamando, se bem que nos últimos tempos, teatralizei bem a órfã mexicana... mas agora chega, em respeito aos que me amam, aos que eu amo, e a mim mesma... mesmo porquê ando precisando de uma dose extra de amor próprio... e eu que sou cheia das teorias sobre auto-estima já conclui que é muito fácil se amar quando vc está toda bonitinha cheia de vitórias pra contar, difícil mesmo é ter amor próprio quando a vida te espanca na cara e te deixa cheia de marcas... isso sim é difícil... mas decidi tentar...
então, garçom, duas doses de força aí pra mim, por favor... cowboy, porque quero que desça queimando na minha garganta... que é pra eu aprender que permanecer sóbrio quando a vida te golpeia na cabeça é a arte da vida, é a arte de estar vivo, é viver... o resto é ser empurrado por pequenas ilusões que eu não quero pra mim...
não quero que ninguém me dê emprego pra fazer um favor, quero porque sou boa, quero porque mereço... quero a guerra, quero a briga, quero o sangue quente escorrendo na veia... mesmo que seja réveillon ou o diabo a quatro... foda-se... é hora de agir... sem vergonha de abrir os mesmos livros da antiga 1.ª fase, de encarar de novo a verdade do papel, sem medo de errar... pelo menos isso eu vou tentar... suas doses de esperança, funcionaram, amor!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

então, é natal...

Amanhã à meia-noite volto a nascer. Você também.
Que seja suave, perfumado nosso parto entre ervas na manjedoura.
Que sejamos doces com nossa mãe Gaia, que anda morrendo de morte matada por nós.
Façamos um brinde a todas as coisas que o Senhor pôs na Terra para nosso deleite e terror.
Brindemos à Vida - talvez seja esse o nome daquele cara, e não o que você imaginou.
Embora sejam iguais. Sinônimos, indissociáveis.
Feliz, feliz Natal. Merecemos.


O Estado de São Paulo, 24/12/1995
(Caio F, In Pequenas Epifanias)


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ypsilons, betas e o Grande Olho

 


... porque me faz pensar na ideia da sociedade do hiperconsumo, em Marcuse, dizer que se você não produz lustrosos sorrisos não se enquadra no perfil social valorizável... se você não estiver sempre de bom humor, e sua vida não for límpida, com lacinhos coloridos e lindas histórias pra contar, sem erros, desajustes, sem histórias de bêbados e hérois de rua, vocÊ simplesmente não merece fazer parte da sociedade... que finge uma beleza inalcançável... estética, sexuada, cheia de farsas e débeis integrantes que te cobram felicidade o tempo todo.
Ser triste não é in... ter problemas não é cool... e se você tiver problemas deve postar isso no seu facebook com dizeres de Caio Fernando Abreu que agora virou, junto com Clarice Lispector, as putas da internet... todo mundo, mesmo aquele que nunca leu Morangos Mofados acha que Caio são aquelas frases... tudo bem... eu até acho que misturar Caio e Clarice a bandas Calipso nos post cibernéticos seja algo bastante..., digamos, eclético...
O que sinto inaceitável é essa necessidade de felicidade comprada, de ser bonito, feliz, rico, e porque não dizer descolado??? Vejo tudo isso como uma docilização, um controle... Foucault era um gênio, então???? É... parece que sim... de certo que previra essa massificação barata, aliás, cara, muito cara... totalmente capitalista... uma manipulação criando corpos inúteis e entupindo o mundo de imbecilidades... ah! Orwell, Huxley... profetas sociais???? Ypsilons, betas e o grande olho, tudo junto em pleno natal do século XXI...
E a sociedade fica a procura de respostas, de felicidade, de alívios imediatos... fazendo crescer uma ansiedade visceral de uma gente que não se sente inserido porque não se enquadra nos perfis dispostos... vemos por todo lado gente em busca de saída pra si mesmo sem conseguir olhar para si... sem conseguir se encarar frente ao espelho mesmo porque sequer já tentou algum dia, afinal, enquanto se está se enfrentando a si mesmo, não se pode estar sorrindo e tirando fotos, ou indo em alguma festa idiota... é um momento pra si. Ninguém quer momentos consigo mesmo... consideram triste estar só.
Essa ansiedade por felicidade gera zilhões de pseudo-ilusões que forçam os indivíduos a se sentirem outsiders se não forem como mostra a TV... essa mídia estúpida que ganha dinheiro expondo a vida alheia de duas formas radicais... na primeira as ricas e bonitas celebridades com uma vida de telenovela onde só se vê picuinha e vazio... do outro lado a pobreza, a violência, como a parte podre da humanidade... a mendicância inalterada... os tristes forasteiros sem saída, ora chamados de coitados, ora de monstros... e ninguém quer ser igual a eles, nem eles mesmos, e quando são agem de duas formas: ou se assumem coitados ou monstros...
É o que a sociedade pensa de você como fenômeno social que te diz quem você é... é o labelling approach, a teoria do etiquetamento... é a rotulação social...
É a ansiedade pela felicidade na sua gênese... a repressão da liberdade... o não poder ser quem se é de verdade... a necessidade oblíqua de ser quem a sociedade quer... do contrário a vida fica vazia... sem nexo... sem porquê... e você vira ninguém...



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

... dia de poesia ... (anormalidades normais)


...para ela hoje era uma dia em que se precisava, desde a madrugada, de uma folha de papel em branco, boas doses de poesia e quem sabe até de tequila...
...um dia em que o universo pararia para ouvir os sons dos pássaros no quintal, as vozes ecoando no silêncio bonito de uma manhã quase fria... e o barulho ensurdecedor de uma overdose de pensamentos...
Um caos cá dentro, de Nietzche.... esperando o brilho da estrela claricelispectoriano.. uma manhã branca. Clara. Sem tristezas... só um certo vazio caçoador de um não sei bem quem sou...
Uma volta ao recomeço... a arte dos princípios... a significância das ausências...
A ponte das decisões... a ternura da companhia valorosamente presente em sorrisos e palavras de afeto, porque esssa coisa de não se saber explicar incomoda... a si sim, e aos outros... muito. A ele também... mas pouco... ele é sabido das coisas e tem paciência... cousa desconhecida pra esse coração forasteiro de si mesmo dela... esse músculo frouxo manipulado pelas horas... e um pequeno grande medo da escravidão do tempo...
Não era uma manhã comum... já havia horas... estava acordada de olhos arregalados para o nada. Nem a leis lhe apeteciam... era preciso uma certa pausa... um certo quê de refletir sozinho... uma saudável urgência de poesia...
Ela era menina medrosa e disso já sabia... é que era hora de se enfrentar... hora de encher o peito como ela mesmo dizia e ir em frente... sem medo..... sem medo de gente...
Essa coisa de vazio havia de ser preenchido pela correria... e teria de ser breve...
É que agora, não lhe bastava poucas migalhas, queria o céu porque sabia que podia....
Também sabia que era momento de se fazer, sim, ela sabia... com caio e poesia.
Acordara emaranhada à Nietzsche, filosofia... era seu remédio, era sua magia.
Também sabia que esses eram os melhores dias para drinks baratos e caldos quentes... sabia que era um lindo dia pra tomar boas doses de poesia.
.... porque era momento de preencher o vazio da folha em branco... a de papel e a imaginária... era hora de parar e organizar... recomeçar... conjugar os verbos de colorir... a vida, a folha, o dia... era um anseio de anormalidades... algo normal... e disso ela também sabia...
É que havia uma certa saudade da fotografia... dos longos textos literários... da arte... de pintar quadros, de inventar contextos, pretextos, retóricas... sonetos...
Era um dia para letra e música, era um dia para filmes encolhidos na tardinha... uma caminhada solitária de fim de dia... era dia de ouvir Oswaldo Montenegro e a dança das bruxas... era dia de meditação e música clássica... era dia de pintar as unhas de roxo no sofá... assistir “COMER, REZAR E AMAR” e até chorar se essa for a vontade... era o dia das vontades...
O importante, o mais importante, é que sabia que esse dia passaria, e até isso ela havia de viver... em forma de poesia... começar bem de mansinho escrevendo no papel em branco como ela queria seu dia... e depois... repaginar as ideias... fazer usar o órgão de pensar e recomeçar..., mas amanhã... porque hoje era dia só de poesia!


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

manhã manoelesca

hoje eu desenho o cheiro das árvores em idioleto manoelês...
uma boniteza de caminhos...
manhã de ânsias e passarinhos...
gorjeam bonitos os ninhos...
há muitas verdades nos espinhos...
e força nos carinhos...
hoje eu desenho o cheiro de bom dia em sotaque de para quÊs..