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quinta-feira, 31 de março de 2011

Fé Cega e Faca Amolada

Mais um momento auto-reflexivo de como as coisas ruins podem ser de grande valia se temos a percepção de seus significados ocultos.

Estou em um processo de aceitação como vítima da sociedade e portanto, fazendo as mais sinceras e objetivas considerações acerca do que aconteceu.

Os prejuízos são imensuráveis, principalmente os morais. Mas há um também uma certeza de que temos o poder de controlar nossas vidas, decidir aonde vamos, se vamos, decidir com quem vamos, decidir o que comer, vestir, e o mais importante: decidir como reagir aos problemas tão comuns à vida adulta.

É, já dizia minha mãe: - Crescer dói.

Trata-se de um processo longo e doloroso, porém muitíssimo necessário. Aliás, nunca crescemos por completo, sempre estaremos fazendo o feedback entre a criança interior que existe dentro de nós, e o adulto exterior que necessita existir para o enfrentamento do mundo real.

Aliás essa realidade também é por nós criada, isto é, levando-se em consideração a física quântica, inegável e promissora, que nos indica que o mundo é um complexo de energias atômicas que se fundem e fazem o percurso da rota mundial, indo e vindo num efeito borboleta, tudo que acontece no universo tem efeito na vida de todos, mesmo que insignificante. Afinal, energia é energia.

Pois bem, acabei de me recuperar de uma doída pneumonia que me deixou duas semanas de molho, sem ter como tomar partido da minha. No primeiro fim de semana após a recuperação fui assaltada.

É, certamente há um significado oculto nessa onda de coisas negativas (negativas, jamais ruins).

O fato é que estou me sentido incrivelmente bem, embora tudo isso tenha acontecido.

Obviamente que estou com um sentimento de insegurança, de ultraje por ter sido assaltada, mas estou tão feliz de não estar em casa no momento do crime, estou tão feliz porque só levaram o que vieram buscar e deixaram minha vida intacta. Que o ultraje, o sentimento de vingança se desfazem perto do meu sentimento de pena, de dó dessas pessoas (ou pessoa) que fizeram isso. A ponto de fazer com que eu sequer lhe deseje mal, quero apenas que possa haver luz em seu caminho, porque alguém que arromba a porta da vida das pessoas não tem uma vida a proteger e amar. 

E mais, estou muuuuuuito feliz por estar bem, porque os meus estão bem, e porque estou de costas guardadas pelas minhas preces.

Estou realmente feliz, e encantada em poder sentir na pele que a felicidade é um estado de espírito e não depende dos fatores exteriores. Depende muito mais de como vemos os acontecimentos externos, de como fazemos proveito do que acontece conosco.

Então, só posso dizer que cada vez mais estou fortalecida e sentindo uma certeza imensa de que nada vai abalar a minha fé, a minha felicidade e minha fortaleza.

Que as zicas, os invejosos, e todas as energias negativas do universo me perdoem, mas meus átomos são compostos de amor, e amor repele ódio, além de ser intransponível.

A cada coisa ruim, eu tenho o poder de ver uma boa, bem maior em proporção, e a cada acontecimento cresce em mim a força de alguém que confia em si mesmo, confia nos deuses que escolheu para acreditar, nas forças que regem o universo e na harmonia do amor.

Eu não tenho medo do que ainda vai vir, eu não tenho medo das leis universais porque tenho cada vez mais fé e minha faca está cada vez mais amolada!!!

Amém!!! Amém!!! Amém!!!




domingo, 27 de março de 2011

Violaram meu asilo inviolável

Constitucionalmente falando, a casa é um asilo inviolável.

O fato é... Violaram meu asilo inviolável.

Essa noite, ao voltar pra casa depois de algumas horas incríveis com bom som e pouca luz, nos deparamos com um ultraje. Nossa casa foi arrombada. Entraram pela porta dos fundos, sem pedir licença e sem ser meticuloso. Foram direto no nosso coração, levaram nossos notebooks e junto com eles toda uma história de noites acordados fazendo monografias, produzindo textos, desenhando softwares, levaram minha máquina fotográfica velha e amada, e meu celular, velho e amado...

Como eu estou me sentindo? Estuprada moralmente, sem segurança nenhuma e distante de uma vida feliz numa sociedade menos violenta.

Quando acontece com os outros, quando acontece na TV, ficamos chocados, nos sentindo mal e tristes com a verdadeira verdade social. Entretanto, quando acontece conosco o buraco é mais embaixo. Nos deparamos com a realidade nua e crua que todos estamos suscetíveis à violência e que somos parte dela, causa e efeito.

Obviamente que o furto ocorreu pelas mãos de um drogadito que vai transformar nossas noites de estudo em paradinhas de alguma coisa ou que vire fumaça ou que vire carreirinha. É realmente triste saber que o bandido sequer ter noção de que ali naqueles arquivos estão nossas fotografias recortadas, nossas lembranças de viagens, tempos vividos, pessoas amadas. Mal sabe o malandro que ali estão nossos futuros profissionais como pesquisadores ou web designers. Mal sabe o drogadito que aquele aparelhinho velho de celular era o pupilo de meu pai que adorava aquelas teclas velhas. Mal sabe o delinqüente o valor moral das nossas memórias.

Sem qualquer dúvida hoje mais do que nunca me sinto péssima de talvez um dia ter contribuído para a máquina do crime de alguma forma, sendo corrupta ou desonesta em alguma coisa.
É trágico saber que de alguma forma podemos também ser os culpados pela fragilidade de nossa segurança. Uma sociedade doente só pode produzir indivíduos adoentados e cá estamos nós narrando a última noite como vítimas. Essa é a verdade da sociedade.

Aonde se escondeu nossa segurança? Aonde está nossa liberdade? Quem são os presos na verdade?

É o início de mais um apanhado de reflexões acerca do meu papel no mundo como futura jurista.

Sinto-me revoltada por saber que a verdade entra na nossa vida arrombando portas.

Esse post vem recheado de indignação e ultraje. É só o primeiro desabafo de quem ainda não tem as idéias no lugar...É um post sem fotos, somente com fatos...





quarta-feira, 23 de março de 2011

Pequenas lições diárias de uma pneumonia



Depois de duas semanas de molho, alguns quilos a menos, muita febre e dor, pude ter a certeza de que pequenas lições nos são dadas todos os dias. E confesso que esta danada da pneumonia que me pegou me ensinou muitas coisas.
Primeiro: Ai que saudade da minha mãe! Como as mães são sábias farmacêuticas e médicas, fazem a melhor comida do mundo e ainda te enchem de mimo e carinho... Estou doente de saudade da minha...
Segundo: Escolhi o cara certo pra ficar ao meu lado, ninguém teria tanta paciência (depois da minha mãe, é claro!), ninguém seria tão amoroso e cuidadoso. Ele realmente me deixou ainda mais apaixonada por seus dotes culinários de cardápio pra gente doente, por seus carinhos de madrugada acordada, por suas brigas me mandando tomar o remédio ou fazer a tal inalação.
Terceiro: Eu amo meu trabalho. Estou sentindo uma tremenda falta da correria de todo dia. Dos almoços corridos e das seis horas diárias de processos, ar-condicionado congelante e muitas leis. A coisa tá tão séria que to me sentindo culpada de não ir, embora esteja de atestado médico e esteja sendo obrigada a faltar diante da gravidade da doença que é a pneumonia. O fato é que trabalhar nos faz sentir realmente útil e eu estou me sentindo um pouco mais vazia por não estar indo, ao mesmo tempo que estou amando poder ficar em casa, curtir meus gatinhos e cuidar de verdade da minha casinha.
Quarta: Mais uma vez fui vítima de erro médico, na verdade "erro médica", que me diagnosticou como se eu tivesse com virose deixando que a infecção tomasse conta do meu pulmão mais uma vez. Se bem que virose é mais parecido com pneumonia do que infecção urinária como o médico diagnosticou da outra vez. A sorte é que da outra vez o médico passou um antibiótico de largo espectro que tratou a infecção pulmonar. Dessa vez, que eu nem sei dizer se foi menos ruim, de tão ruim que foi, fiquei tomando um remedinho besta que atacou meu fígado e me fez vomitar mais do que quando a gente mistura vodka com cerveja e vinho. O bom é que finalmente passei por um médico decente que me pediu zilhões de exames e me fez ficar internada, aí sim o bicho pegou pra cima dessas bactérias fdasdKSFJHGDAJHFGSDGFHSGKDSJHGFXXX23982479765.
Overdose de lições...
Ok. Eu não vou ficar enumerando todas elas. Obviamente que se fôssemos enumerar as aprendizagens de duas semanas de férias obrigatórias, não tão prazerosas assim, 1.000 linhas seriam pouco, mas as lições mais importantes vieram de poder estar em conexão comigo mesma, dar um chiliquinho básico de fim de doença e ainda poder refletir o quanto é importante termos saúde.
É isso, a minha maior lição foi essa. Estar vivo me parece muito mais legal e atraente do que ir embora dessa existência por causa de seja lá o que for.
Durante esses dias, e diante de toda a dor que eu estava sentindo, me peguei muitas vezes pensando o quanto a vida é frágil, o quanto estamos suscetíveis à morte e o quanto é especial estar vivo. Pode parecer exagero, mas pra quem já está na segunda pneumonia em mais ou menos quatro meses, vai dando um medinho de não estar aqui pra contar como foi nunca mais pegar a maldita. Ainda mais depois de notícias de conhecidos que morreram da doença ou que estão na UTI.
Hoje, depois de um dia inteirinho em casa de molho, fazendo as coisas mais fúteis do universo como ficar na internet, ou fazer coisas boas como ler um pouquinho sobre George Gurvith ou ouvir Os Mutantes, só posso agradecer por ter mais um dia, por ter mais vários dias, por existir, por estar viva e ser tão feliz, ter a família maravilhosa que eu tenho, com irmã e mãe ligando quase que toda hora preocupadas, e por ter podido escolher para estar ao meu lado um cara que é capaz de reconhecer quando o choro é de dor e não de exagero.
O fato é que me sinto muitíssimo honrada por estar aqui agora, sentada na minha cama escrevendo, viva, feliz e finalmente livre da pneumonia (quer dizer, amanhã é dia de médico, veremos se já está tudo em ordem)...
A questão é que a vida traz coisas muito, muito, muito boas e coisas ruins como ficar muito doente e mal poder tomar o próprio banho, mas de todas elas há que haver um motivo, há que haver um aprendizado, há que haver uma coisa boa.
A minha coisa boa é que posso valorizar ainda mais as pouquíssimas pessoas que estão do meu lado, e posso ficar muito, muito, mas muito mesmo feliz de estar viva e de ter saúde.
Não pude deixar de pensar nas pessoas que eu conheço que tem alguma doença grave e que me parecem as mais felizes do mundo como minha amiga Fran, por exemplo, que tem um tipo raro de lupus e foi até embora aqui da cidadícula pra ficar mais perto do hospital aonde faz tratamento. Ela é, eu acho, a pessoa mais feliz que eu conheço. Acho que pude descobrir que pra ela, estar vivo é o grande motivo, não precisa haver mais nada. Não precisa de mais nada. Esse é o presente: ESTAR VIVO!
Também pensei muito em o quanto nossa vida é frágil, e prometo tomar vitaminas todos os dias a partir de agora, e comer bem e não pegar chuva e me cuidar pra valer. Eu ainda vou ficar doente algumas vezes, eu acho, mas não quero de jeito nenhum que a culpa seja minha. Isso é uma puta falta de respeito com esse presente que nos foi dado: a vida.
Bom, pra mim é o seguinte: de pneumonia já chega.
To com um medinho danado e quero mais é cuidar ainda mais de mim, da minha vida, dos meus e da minha saúde.São as pequenas lições diárias de uma pneumonia. 

sexta-feira, 4 de março de 2011

Sacudindo o tédio

Carnaval é Tédio Sacudido!!!
(Anderson Thiago Sampaio)





E eu....
...sem tédio pra sacudir, porque FELICIDADE não entedia...

Me preparando pra fugir da folia... indo buscar paz e serenidade em boa companhia.