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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Memória pouca.

Ela hoje é fazedora de tempo. É lembrança. Um tom sépia, um cheiro de história contada por alguém numa cadeira de balanço, enquanto um e outro olhar atento tentam decifrar as memórias do que é antiguidade. Talvez seu lado de dentro seja um relicário. Talvez alguém, um dia, diga que seus lábios sempre sopraram beijos. Seu coração só registra carinhos, e nunca dorme.
Sua memória só sabe lembrar o amor e para o amor não há tempo.
Talves seja o frio a fazendo recordar do namoro friorento do início...
Talvez seja nostalgia de memória pouca, curta...
Mas antes vivia só...E SEQUER SABIA... Mas um dia, numa das raras vezes em que atravessou a fronteira, o viu passando. Não sei dizer se a culpa foi dos olhos acostumados a não enxergar beleza, mas sei que se assustou: o coração virou maracatu. E alguma coisa acendeu dentro da moça que era noite.





O moço não percebeu nada. Às vezes a gente não nota o bem que faz. Ou ele era distraído mesmo. E ele é distraído mesmo...e como é... E a moça era só luz; brilhava por ele, para ele e para ela. Um amor que esperou tanto pra nascer, só pode ser de verdade, e amor de verdade é atrapalhado, desastrado: se derrama por todos os lados. Borrifa as pessoas...

Por isso... há algum tempo a moça caminha por aí sem relógios. Seu amor é conjugado no infinito. Suas orações já não se subordinam. E nessas noites onde inventa um sentido, como a de hoje, ela só sabe observar. Vira plateia de si mesma. Vê várias de si, e se perde naquela que não é. Se tocasse um samba, sorriria e cairia na roda, levantando o copo e sendo um sorriso. São coisas internas. Suas maneiras de fazer folia. Ela arde  e solta poesia com seus passos tortos. Fica invisível com um fechar de olhos. Em silêncio. Num sussurro.


 
. . .                                                                                           . . .




Sua caneta é sempre azul...
E agora, nesse mar de amor na memória dos poucos, mas intensos anos, e fresco o sabor da boca, ela não sabe o que esperar. Espera tudo. Quer tudo. E vai. De mãos dadas com o que sente, nunca soube se economizar.  (Embora agora gaste com o merecido.)
Vai ver, assim, ela acabe sendo possível...





1 comentários:

meu sonho bom disse...

Liaa to visitando seu blog, ameiii
sempre q der vou acompanhar seus posts
beijãooo naneee!

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