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terça-feira, 4 de maio de 2010

O ENTREMEIO...


Habitando o "entremeio" me sinto suspenso: nem tão longe, posto que ainda posso enxergar, nem tão perto, tendo em vista o que já não posso tocar.
Rompe-se Fortalezina: debaixo d'água diluem-se sentimentos e naufragam ilusões.
E essa despedida à Morte, que me faz pensar a quanto tempo já estava lá, espreitando, ganhando terreno...
Quantas mortes cotidianas enfrentamos sem ao menos nos darmos conta:um sapato que já saiu de moda, um livro que já não se lê mais, canções que já não se ouve, palavras que se calaram, territórios onde já não se é...

e um amigo que se vai...


"Solidamente acorrentado à infinita encruzilhada torna-se o Passageiro por excelência, o prisioneiro da passagem. E a terra à qual aportará não é conhecida, assim como não se sabe, quando desembarca, de que terra vem. Sua única verdade e sua única pátria são essa extensão estéril entre duas terras que não lhe podem pertencer." (Foucault)


E a cidade toda amanhece e só quem fica é que tem o gosto de saudade na boca...



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