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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Farelos do discurso doce e amoroso


Não, baby, até o cara que acabou de cortar o dedo no balcão do bar aqui da Augusta, sabe, não sou um cara violento, até o cavaleiro errante que passou no seu pangaré urbano e branco, sabe, não dou tiros para cima quando estou ao teu lado, existe apenas algo patético na minha loucura que pretendo trocar pelos teus lindos olhos e que o troco deixes de inventário para o nosso amor louco, não, não quero sabotar o ensaio de amor, quero apenas cantar refrões sofridos no show do Wander, quero ser um cara legal, te ver trocando de roupas, agoniada com a escolha da blusa, embora nos membros inferiores te baste um jeans com bom caimento e umas havaianas, além da dúvida meteorológica, porque ainda não sabes que te esfrio e te esquento conforme diz a moça do tempo, quero ser um cara legal, esquisito, religioso, que te mira o tempo inteiro e tem a ciência de que não há sequer meio defeito em cima do teu corpo que tanto amo, não, corazón babilônico, embora meu olhar para ti seja um olhar de criminoso, vim apenas fazer um alegre piquenique em tua vida e deixar farelos do nosso doce na grama para a alegria das formigas. (Xico Sá)

Quase tão forte quanto Clarice, mas mais macho... é claro. E um tanto Bukowski...

 

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