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quarta-feira, 10 de março de 2010

Velozes e Furiosos


Estou inclinada a acreditar que a selva consegue ser mais harmoniosa do que o trânsito. Ao menos lá impera a lei da sobrevivência. Já no trânsito não há sequer uma lei que funcione. Semáforos, faixas e placas e nada são a mesma coisa. Nem a ameaça de multa consegue frear infratores: há tantos que distribuem seus pontos por carteiras alheias e continuam infringindo as leis por aí! Mesmo assim, não existe de fato um único culpado. No entanto, como tenho uma visão meio ‘a pé’ a esse respeito, minha queixa maior é com os motoristas. Na verdade o que percebo é que grande maioria deles anda em alta velocidade e só pára ao ver outro carro. Obviamente eles não querem estragar a lataria de seus imponentes meios de transporte. Já atingir um pedestre parece ser irrelevante. Por conta disso, atravessar algumas vias torna-se mais difícil que ganhar na loteria (mesmo que haja sinalização) e é preciso mudar a rota para chegar ao destino sem nenhum arranhão. Outra coisa que notei em minhas andanças é que os carros têm saído de fábrica sem setas....rrsrsrs... Há também a teoria de que setas tornaram-se equipamentos opcionais de fábrica, sendo bem mais interessante ter um ar-condicionado do que algo que sinalize qual a direção que o cidadão vai seguir. São tantas as atrocidades dos “portadores” de automóveis que são pequenas as linhas para descrevê-las, mas antes que todos os seres motorizados revoltem-se, devo afirmar que pedestres não são nada fáceis de lidar... Já vi muitos desconsertando o mais correto dos condutores. Alguns pensam que são Indiana Jones, incorporam o personagem, dispensam as faixas, passarelas e sinais e atravessam no meio do nada. Já vi uns tentando até atropelar carros. Incrível! Há ainda o pedestre-adventure que ama esportes radicais e, como não pode fazer rapel nem Bunge jumping durante a semana, resolve parar no meio da pista para sentir a adrenalina. Isso sem sequer menciona as bikes cacerenses, que carregam sozinhas bêbados equilibristas e afins, aliás a cidade por mim habitada é a "Capital da Bicicleta", que eu prefiro denominar de a "Capital da bugrecleta desenfreada". Seria cômico se não fosse trágico! E bastaria que cada um cumprisse seu papel e respeitasse o próximo para que essa selvageria – imperatriz das ruas e estradas – chegasse ao seu fim. Mas creio piamente que isso é uma tarefa árdua demais para os selvagens do asfalto, que manipulam seus veículos como quem manipula uma arma pronta a disparar. O pior, é que poucos têm a consciência de que essa arma é letal, e menos ainda têm a sobriedade de agir com prudência, respeitando não somente as leis do trânsito, mas principalmente as pessoas que circulam por ele. De fato, é a maior demonstração de egoísmo que se pode pensar. Os motoristas, pedestres e afins, pouco entendem de respeito ao próximo, porque na verdade o que falta não é somente atenção por parte de todos que estão envolvidos no trânsito, na verdade falta consciência cidadã... E isso, infelizmente as auto-escolas não ensinam...Enquanto isso não muda, continuemos redobrando nossa atenção pra não sermos mais uma vítima do trânsito veloz e furioso...

1 comentários:

nay disse...

Costumava a dizer que o trânsito de Cáceres só dava para ser enfrentado com La Foule de Piaf.. e multidão nos leva... as vezes pela impaciência de motoristas, motociclistas, eu andava de forma errada em uma via preferencial, ou rotatória... para evitar acidentes eu e Chico passávamos por poucas e boas... e acredito que o pior de todos são as bicicletas malucas... Por aqui, fico tão feliz, mal coloco os pés na faixa branca.. e os carros param, parece mágica.. =D Êê viva a minha vida atual de pedestre!

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