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sábado, 1 de janeiro de 2011

Retrospectiva 2010



No 1.º dia do ano, embora meio desajeitado, inevitável haver um retrospecto, como que de recepção ao ano que se inicia, e como que na espera de um ano de muitas realizações...
Feliz, retrospecto.
Saudoso, retrospecto.

O saldo da minha conta de ano novo é significativamente positivo, falhei em algumas promessas, que por serem de longo prazo ainda estão sendo cumpridas conforme o tempo esperado, mas posso afirmar inevitavelmente que dei ação a novos verbos e cojuguei muitas boas emoções...
viajei
conheci uma nova família
mudei de emprego
mudei de casa duas vezes
plantei cactos
ganhei um peixe
adotei dois gatos
perdi peso
ganhei amigos
Liguei pra coisas que não mereciam...
Me enganei.
Cortei meu cabelo e ficou lindo
Trabalhei. Tive meu dinheiro.
Tomei um porre. Ou dois. Ou mais.
Fez um ano que parei de fumar
Fiz outra tatuagem.
Cheguei de manhã.
Errei.
Briguei com grandes amigos por pouco.
Dirigi, pouco, mas dirigi.
Comecei a escrever um livro.
Desisti de escrever um livro.
Me declarei.
Me fodi.
Me dei bem.
Me importei com o que os outros pensavam.
Esqueci que os outros existiam.
Perdi a hora.
Fiquei mais perto da minha mãe
Titiei
Briguei.
Apresentei muitos trabalhos.
Comprei roupa em bazar
Doei roupra pra um bazar
Entrei numa comunidade de mulheres
Fiz uma música, não sozinha, mas fiz...
Entrei numa cooperativa
Fiz teatro
Escrevi poemas
Passei de todas as matérias
Entrei num projeto de antropologia
Dei birra.
Perdi a paciência
Encontrei a fé
Virei gnóstica
Fiz 23.
Mudei.
Ri um monte
Chorei muito.
Levei poucos tombos
Trabalhei como nunca
Amei meu trabalho novo
Li vários livros
Aprendi a fazer bolo diet

E ainda fiz todas aquelas coisas que nos mandam fazer no final do ano, como cantar no banheiro, dançar na chuva, escrever um poema, rir até chorar, assistir comédias românticas, dormir até meio dia, comer porcaria, e mais, oganizar as gavetas da mente, mudar de país e deixar tudo pra trás, virando outra pessoa.

Agora, com aquele gostinho de dever cumprido na boca... Sentirei falta das coisas que fiz, mas não da pessoa que era, e agora já não sou mais, como no determinismo de "O Cortiço" de Aluísio de Azevedo, "o homem como produto do meio é a tese central do movimento. O indivíduo não passa de uma projeção do seu cenário, com o qual se confunde e do qual não consegue escapar. Daí a insistência na descrição do meio, que sempre traga e tritura o homem", e eu, tragada e triturada pelo meu novo cenário, com certeza já não sou mais a mesma. Graças a Deus.

Recebo esse ano de peito aberto, fazendo a mesma promessa do ano passado, mas no aguardo de um ano totalmente diferente. Porque as vontades já não são as mesmas. Nem quem as executa.

2011 já bate na porta, e vai ter amor, vai ter sorte, vai ter paz. E se não tiver, a gente inventa.


1 comentários:

Ricardo disse...

Como já diria Dinho Ouro Preto: vai ser só mais um ano, um dia na vida, uma gota no oceano.

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