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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Devaneios do meu eu-lírico...



São os devaneios do meu eu-lírico que me fazem escrever, uma ânsia profunda de dizer, gritar, as coisas que eu sei, e questionar, pestanejar, o que eu ainda ouso querer saber.
Tenho a ligeira sensação de que escrever me será benéfico, há tanta coisa que preciso dizer pra mim mesma... E de alguma maneira exercito minhas classes gramaticais... o que no todo, ou mesmo em parte, é muito bom...
Sempre achei que as pessoas deveriam ser mais verdadeiras, mais elas mesmas... e depois de tanto me deparar com personagens tão iguais, descobri que, na verdade “...são só cabeças com o mesmo vento...” e enfim até me encontro com a medíocre felicidade de me saber diferente.
De fato não fui sempre assim, embora me sentisse como se o fosse, na verdade me sentia até mais que isso, como se o mais fosse o certo. Vivia numa poesia errante de vacilos filosóficos que hoje eu denomino de pseudo-intelecutalidade, mas a verdade me era bem pior, haviam todas aquelas ressacas morais e as físicas também (tá, essas eu ainda tenho... ). Haviam também as picuinhas de novela mexicana, onde sempre havia espaço pra meu personagem na história, isso é uma coisa que confesso ainda questionar, os porquês eu realmente ainda não entendi. E haviam também as presenças oportunas, sabe aquelas presenças amigáveis de oportunidade? Isso era o pior. Mas também haviam risadas adolescentes e bondades espontâneas, disso, eu confesso ainda sentir alguma saudade. Mas num apanhado geral, faço minhas as palavras de Caio F. Abreu “...depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica de mim e em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro" .
Assim, numa viravolta homérica, reconstrui os caminhos pelos quais passei à andar, mudei minhas escolhas e tirei da minha vida tudo que não fazia mais sentido. Aliás, dei novo sentido à minha vida. E no fim conclui que só me tornei assim porque simplesmente eu errei e erraram comigo.
Fiz besteiras, até tentei consertar, mas nem todas eu consegui.
Me julgaram pelos meus erros.  Me  odiaram sem me conhecer.

Daí me senti injustiçada.
Porém eu também julguei, falei mal e achei coisas que estavam erradas.
Magoei muitas pessoas, e muitas pessoas  me magoaram.
Me apaixonei e se apaixonaram por mim.
Acordei com a cara inchada de tanto chorar à noite.
Fui mal educada às vezes, mas também fui simpática demais às vezes.
Me decepcionei.
Já quis fugir. Já quis voltar no tempo e mudar muita coisa.
Já me abalei com a opinião dos outros.
Mas...
Cresci. Mudei. Errei de novo.
Porque sempre vai ter alguém que faz de tudo pra te ver triste, vai ver esse alguém não tem mais nada no mundo que o alegre... mas eu tenho... um milhão de coisas boas pra comemorar... Posso comemorar inclusive o fato de não ter vergonha de errar. De me calar quando alguém me ultraja, afinal eu considero o fim da linha ceder aos apelos insensatos das grosserias.

Eu quero poder comemorar todos os dias a vida, a minha vida, a vida em si. A possibilidade de ser e fazer parte desse mundo lindo, dessa natureza fascinante, e poder sentir as coisas boas e especiais que acontecem quando a gente vive, não apenas existe.
Comecei a ver a vida de outro jeito.
Percebi que nem sempre as pessoas são o que parecem. E que quase nunca são o que os outros dizem.
Que julgar faz parte, mas é importante saber que o conceito é seu.
Que falsidade é uma coisa natural para hipócritas, e beira o cômico, mas algumas pessoas nem sabem que são hipócritas porque desconhecem o verdadeiro significado dessa palavra.
Não comprei máscaras, não construí muros, não criei meus escudos. Por isso, fui a nocaute algumas vezes. Isso não significa que eu vá perder a luta. Afinal, posso não ser muito boa com guerras físicas. Mas no bambolê da vida... Jogo de cintura pelo menos, eu tenho. Ainda bem...rsrsr
Depois de tudo isso (UFA!!!) aprendi uma coisa linda,e  meio démodé: Valorize quem te valoriza. E principalmente, valorize sua família. Eles podem ser insuportáveis, e podem não se parecer em nada com as famílias das fotografias de propaganda. Mas são suas raízes, e quase sempre (na minha vida, sempre) querem o melhor pra você, e mesmo sem saber que você já consegue escolher o que lhe parece melhor. A intenção é boa. Porque nem sempre a gente ama como querem, a gente mesmo vive isso sempre. A gente ama como a gente pode. E é bom pensar que nem as coisas, nem as pessoas são para sempre e muito menos por acaso. Porque normalmente só se dá valor quando se perde.
E, falando de amor, é incrivelmente incrível achar alguém que te completa. Alguém que te ama e que te faz bem. Alguém que te respeita e te chama de linda mesmo quando você acaba de acordar com aquele bafo horroroso e aquele gosto de guarda-chuva na boca (exagerei...rsrsr). Porque um sorriso ajuda muito e  ma palavra de carinho faz muito bem.
Porque se preocupar com quem não se preocupa contigo é um gesto de caridade.
E se preocupar com quem te ama é retribuir amor.
O resto?
.......É uma caixinha de surpresas!!!”  
 E EU ADORO SURPRESAS...

1 comentários:

Shizi disse...

Assumir erros, considerar a possibilidade de ter ferido, entristecio, magoado e esterelizar o reconhecimento do que pode ser bom no "Outro" é mesmo uma atitude de quem é grande. Honestidade e franqueza é vocabulário de poucos, já dizia um pós estruturalista. Considerar que errou e que se erra não pode ser sinônimo de fragilidade, de fraqueza e, sim, sinônimo de caráter e honestidade -preocupação de poucos. Embora, eu acredite que ter uma opinião formada e bem embasada, mesmo que vá de contra à massa de pensadores caquéticos, é uma dádiva. São poucos os que reconhecem que ter uma opinião radical não é o mesmo que ser intolerante. [SHIRLEY.]

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