quinta-feira, 15 de abril de 2010
Exclamation point!
Olhos se revoltam e todas as ruas estreitas de pecados e difamações vão me dando motivos para correr. E esse andar minucioso é o princípio do choro no banho.Sempre me nasce, amanhã é outro eu mais, assim, banhada. Porque esse agora é o cheiro da cor queimada nas minhas entranhas. E nunca sei o que dizer ou fazer quando trêmula de todos os corais do mar me vejo distante do que de fato sei que sou. E eu que cheguei aqui perfumada e penteada. Disfarcei olhos profundos e encobri cicatrizes; tenho uma marca no braço para não ter que te explicar nada. Tá tudo claro. E mais clara eu cheguei antes do festival.
Estavam todos esperando alguma coisa acontecer, um beijo desses de torcer a cabeça, uma mão para apertar a bochecha e ser simpática. Acho que sempre acertei na forma como entrei, acho que superei as expectativas daquela minha ansiedade de não ser uma letra de música para ouvir gritada; talvez eu tenha me saído bem na voz e na cintura comportada. Mas, como todo movimento de cherry bomb, algum momento para o laço estourar e a borboleta em cima do meu peito voar. Nada programado. Cheguei em passos lentos de conversar o que foi proposto. Eu ali no barzinho ao lado, um café no copo, 50 centavos pelo melhor gole negro, forte e quente. Acima de mim umas coisas tolas como que me perguntando até quando eu vou manter o cabelo penteado e as bochechas coradas. Foge do meu controle, e eu não tenho mesmo controle algum disso que você amassa com os dedos, tentando me convencer a te contar alguma coisa que não saiba; te ensinar a dizer a verdade. E, baby, isso eu fiz naquele papinho de ser você mesmo e não se preocupar. Sua idade, sua carência, seu medo de perder a partida, distraída com seus meios de se rebelar. Sua revoltinha para guardar em capas que envolvem guitarras que não possuem som algum pra mim Talvez você saiba. Talvez você saiba que não se trata de alguma coisa para saber comigo. É com você. Eu cheguei aqui simpática e penteada com uma bolsa grande que parecia capaz de me proteger. Foi o que você disse quando me viu atravessar mais uma das muitas ruas que eu já atravessei, enquanto alguém me observava chegar à calçada. Mas eu vou mais além. Você não tem idéia do que eu encontro do outro lado, de quantas vezes já dobrei a esquina, de como eu me sinto quando parto. E de quão forte fico a cada esquina dobrada.
Eu e minha bolsa grande te mandamos um abraço. Meu cabelo loiro ‘looks like a blond girl’ nunca teve essa pretensão de afrontar, provocar. Eu e meus cabelos que facilmente bagunçam com o vento, mandamos um recado direto sem pretensões de te explicar algo...Tenho uma boca vermelha para não dizer nada, simplesmente não dizer mais nada.
Posso até não poder controlar o coração que sente sua presença como se importante fosse, mas é de mim, da mulher cheia de sextos sentidos que habita meu novo corpo e sei que também tenho alguma coisa de ameaçadora, meio estrela... e também tenho asas, imensas, duplas, quádruplas, múltiplas, espalhadas em várias cores atrás dos cabelos loiros. E estarei lá parada no céu, a nuvem-anjo, abençoando o sol, o rio, o céu sobre nossas cabeças, a cidade longe. Cheia de LUZ!!! É as fadas também existem baby.
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