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sábado, 7 de janeiro de 2012

Sim, eu sou poeta!!!


Por aqui, nas andanças poéticas dos diários de bordo encontrei-me com Manoel de barros, que considero fascinante, com uma liberdade e maturidade da poesia que o permite invencionices das mais belas... é a coragem em forma de palavra... o novo.... a reinvenção do seu próprio mundo... esses encontros devem ser aproveitados, sempre achei isso, sempre acreditei que aquilo que se vê, se for bom, deve ser incorporado no seu ser... no seu íntimo... e virar frase de efeito, clichê... lema, tema... eu me admito clichê... primeiro porque adoro essa palavra, segundo porque adoro frases profundas que encerram ou iniciam um café filosófico... e a de hoje foi: Poeta: sujeito que costuma comparecer aos próprios desencontros.
Não a primeira que vi, mas a que me decifrou na pequena manhã comum de um novo ano que se inicia... me entendi poeta, vai ver aprofundar-se em seu próprio mundo, mesmo quando ele está em trevas, é comparecer aos próprios desencontros, é estar ali e sofrer quando houver motivos... admitir erros, exercitar os medos... recomeçar de novo... aproveitando a beleza do aprendizado... vai ver, ser poeta é não fingir a perfeição, não correr de si mesmo e seus zilhões de defeitos... é acordar pela manhã e ser livre pra sentir seja lá o que for... não permitir que os zumbis bedelhosos, palpiteiros invadam seu universo querendo reclamar seu desencontro, seu vazio... também há poesia no vazio.. também há luz na escuridão... são opostos entrelaçados pelo liame do aprendizado... por hoje, nada de textos longos... por hoje, nada de reflexões muito densas, só a pequena grande felicidade de ser poeta nesse mundo líquido de correrias e frenesi, o koyaanisqatsi copolesco, frenesi das horas... a alegria de comparecer aos mais densos desencontros, quando a visão única é chão... quem foi que disse que a felicidade deve ser constante??? Acorde meu bem, nem o universo é constante... nem a matemática é exatamente exata, logo nós, reles humanoides seríamos absolutos??? As leis universais não nos faria essa maldade, é o efêmero que produz a arte da vida, é a oscilação da roda celestial que nos faz ganhar liberdade na amplidão, quando pisamos no chão.... por aqui nada de apologia à dor, apenas é imprescindível saber aceitá-la como parte do processo de evolução espiritual do ser... por aqui nada de depressões... apenas o entendimento de que ser poeta também é comparecer aos próprios desencontros.
por aqui a doce sensação de aceitação, o amor próprio na mais pura divagação. sim, eu sou poeta!

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